Comentário ao artigo intitulado "O Manifesto" por Francisco Murteira Nabo, publicado no site do Diário Económico.
"Caro Francisco Murteira Nabo
Apelo então à sua “plena consciência” que afirma neste artigo ter, para que naquilo em que tem poderes efectivos, como Presidente do Conselho de Administração da Galp Energia, combater a gravíssima crise que atravessamos, que em parte é derivada da crise do sector da Energia.
Use a sua consciência e force a empresa que preside a mudar as suas políticas! Em vez de depauperar o País e os portugueses e escolher sempre “a opção que cria mais valor para os accionistas” e que enche os bolsos de meia dúzia com milhões, force a sua empresa a praticar preços justos no mercado que domina! Os preços que a Galp pratica hoje face aos lucros que apresenta e aos dividendos que distribui são completamente imorais e inaceitáveis.
Numa sociedade como a portuguesa, que infelizmente depende demasiado do transporte individual face às péssimas redes de transporte publico que detemos, de cada vez que os preços dos combustíveis sobem e obrigado a gastar mais dinheiro em transportes, o poder de compra do português comum cai abruptamente. Com a perda do poder de compra, cai também o nível de vida, e as suas condições de vida deterioram-se.
Assim a Galp é uma das grandes responsáveis da perda de poder de compra do português comum. É uma das grandes responsáveis pela perda de qualidade de vida dos portugueses! É também responsável pelo aumento da desigualdade social, dando muitíssimo a muito poucos e exigindo demasiado a muitos que não têm como o pagar.
O crescimento da Galp e a sua afirmação no internacional não pode nem deve ser feito à custa do aumento do custo de vida dos Portugueses!
Como líder de mercado a Galp tem de dar o exemplo! Caso contrário mais cedo ou mais tarde, com maior ou menor atraso, o Estado será obrigado a tomar medidas bastante mais radicais, que em nada beneficiarão a sua empresa.
É por tudo isto que apelo à sua responsabilidade como Presidente da maior empresa de produtos petrolíferos de Portugal e apelo à sua “plena consciência” enquanto economista e enquanto cidadão português.
Use o poder que tem enquanto é tempo.
Atentamente,
Acabem com o Gamanço!
http://www.gamanco.blogspot.com/
acabemcomogamanco@gmail.com"
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