sábado, 30 de janeiro de 2010

O preço do petróleo cai nos mercados internacionais há um mês, tendo caído mais de 10 dólares por barril. A Galp desce 1 cêntimo.

O preço do petróleo cai nos mercados internacionais há um mês, tendo caído mais de 10 dólares por barril. No mesmo período a Galp desceu o preço dos combustíveis um único cêntimo.

Em meados Dezembro de 2009, supostamente por causa da vaga de frio que varreu o hemisfério norte do planeta, o preço do petróleo nos mercados internacionais disparou dos 70 dólares para atingir o máximo de este ano, os 82 dólares por barril, a 6 de Janeiro deste ano. A partir daí o preço tem vindo consecutivamente a cair estando hoje em 72 dólares por barril.

Qual foi a atitude, no mesmo período de tempo destas mexidas nos mercados internacionais, da Galp, que é maior operadora do mercado dos combustíveis em Portugal e que lidera o cartel das petrolíferas, determinando por isso o preço praticado na venda de combustíveis no país?

Ora vejamos:

Segundo os dados recolhidos diariamente no site de da DGGE (http://www.precoscombustiveis.dgge.pt/), a Galp aumentou os preços consecutivamente desde dia 23 de Dezembro de 2009 até dia 17 de Janeiro de 2010 (relembro o crude nos mercados internacionais inverteu a tendência de subida a 6 de Janeiro de 2010, 11 dias antes).
Neste período, de 23.12 a 17.1, o preço subiu na Galp por 6 vezes tendo aumentado no total 6,5 cêntimos por litro a Gasolina, e 5,6 cêntimos por litro o Gasóleo.

A 17 de Janeiro a Galp baixou os preços da gasolina e do gasóleo em apenas um cêntimo, e o preço manteve-se inalterado desde aí até agora, altura em que este texto é escrito.

No período de 6 semanas o preço do barril de petróleo dos mercados internacionais subiu e voltou a descer 10 dólares, 3 a subir, e 3 a descer. No mesmo período, quando o petróleo subiu 10 dólares a Galp SUBIU O PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS 6,5 CÊNTIMOS POR BARRIL, quando o petróleo voltou a descer os mesmo 10 dólares nos mercados internacionais, a galp baixa os preços em APENAS UM CÊNTIMO!

Isto é o maior assalto e o escândalo a que este país já assistiu. Há gente a encher os bolsos de milhares de milhões, ao mesmo tempo que outros que pouco ou nada ganham, têm de pagar autênticas exorbitâncias para se poderem simplesmente deslocar para ir trabalhar diariamente.

Esta questão não é um mero caso de polícia ou de justiça apenas. O que se passa neste país no mercado dos combustíveis petrolíferos é o maior atentado contra a igualdade e contra a liberdade individual desde o 25 de Abril.

A mobilidade é um direito adquirido com a modernidade. Quem atenta contra a nossa mobilidade, atenta contra a nossa liberdade!

Acabem com o Gamanço!

Um dia na vida de um português em Agosto de 2008

Ricardo Araujo Pereira, Na Visão
Sexta-feira, 29 de Ago de 2008.

"8h30 - José Silva acorda e constata que a sua casa foi assaltada durante a noite. Espreguiça-se. Toma banho tentando poupar a água, toma o pequeno-almoço tentando poupar o leite e põe-se a caminho do emprego tentando poupar os sapatos.

9h00 - Empurra o carro até à bomba de gasolina e é assaltado duas vezes: a primeira pela gasolineira, que voltou a aumentar os preços do combustível; a segunda por criminosos armados, que lhe levam o pouco que ainda restava na carteira. Boceja. Conclui que prefere os segundos assaltantes, na medida em que roubam menos e com menor frequência. Nota que, apesar disso, a polícia não faz qualquer esforço para apanhar os primeiros.


10h00 - Já na estrada, é vítima de carjacking. Encolhe os ombros. Prossegue a pé.
10h05 - Um gang tenta assaltá-lo. Explica que ficou sem a carteira num assalto anterior.
10h10 - Outro gang tenta assaltá-lo. Fornece a mesma explicação. Os membros do gang colam-lhe um autocolante na lapela para que futuros meliantes saibam que já foi assaltado nesse dia e evitem perder tempo com ele. Recomendam-lhe que retire o autocolante assim que voltar a transportar valores.
11h30 - Vai ao banco levantar dinheiro.
11h32 - Criminosos armados irrompem no banco. Clientes e funcionários formam calmamente uma fila e tiram senhas para serem assaltados por ordem.
11h35 - O criminalista Moita Flores irrompe no banco e começa a comentar o assalto junto de um grupo de clientes. Tece várias considerações sobre um novo tipo de criminalidade violenta que parece estar a aumentar no nosso país, aponta as limitações da polícia e sublinha as incongruências do novo código de processo penal. Alguns clientes oferecem-se para serem sequestrados, caso os assaltantes lhes garantam que os levam para longe do criminalista Moita Flores.
11h45 - O criminalista Moita Flores interpela os assaltantes e comunica-lhes que o método que escolheram para levar a cabo o assalto não é o melhor, criticando sobretudo a não utilização de luvas e tecendo alguns reparos ao plano de fuga, que considera extremamente frágil.
11h46 - Um dos assaltantes dispara duas vezes sobre a perna do criminalista Moita Flores.
11h47 - Clientes e funcionários do banco homenageiam os assaltantes com um forte aplauso.
17h30 - Depois de várias horas de sequestro, o assalto termina. A polícia detém os criminosos, resgata os reféns e amordaça o criminalista Moita Flores, para que vá receber assistência hospitalar.
18h00 - Por sorte, mal acaba de sair do banco, José Silva encontra o seu carro abandonado na berma da estrada. Entra no veículo e dirige-se para casa.
18h05 - É detido pela polícia por se encontrar a conduzir um carro que foi usado em diversos crimes.
20h00 - É identificado e preso. Na cela, verifica que o relato da sua vida é extraordinariamente demagógico e conclui que toda a sua existência podia ter sido inventada por Paulo Portas. Chora."

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Empresários preocupados com aumentos dos combustíveis



"O preço do petróleo tem estado em alta nos mercados internacionais e são de esperar novas subidas dos preços dos combustíveis. Esta situação estar a provocar grande apreensão em todos aqueles que exercem actividades no sector dos transportes."

5 mililitros de gasolina a seguir às refeições

Ricardo Araújo Pereira, Na Visão.
3 de Jun de 2008

"Assaltaram-me o carro. Deixaram o auto-rádio onde estava, desdenharam a minha carteira, mal escondida no porta-luvas e não tocaram no GPS. Levaram-me só os sete litros e meio de gasóleo que tinha no depósito

A gatunagem apanhou-me, amigo leitor. Assaltaram-me o carro. E eram profissionais, os bandidos: deixaram o auto-rádio onde estava, desdenharam a minha carteira, mal escondida no porta-luvas, e não tocaram no GPS.
Levaram-me só os sete litros e meio de gasóleo que tinha no depósito. Espertalhões. Isto da carestia dos combustíveis também tinha de ter os seus inconvenientes.

Felizmente, as vantagens são inúmeras: há menos engarrafamentos, menos acidentes na estrada e menos carjacking. Com a gasolina a este preço, nenhum bandido no seu juízo perfeito rouba um carro. É meter-se em despesas. Por cada três Multibancos que assalta, dois são para pagar a gasolina necessária para as deslocações. É evidente que não compensa.

Mesmo assim, não faz sentido dizer que a vida está difícil, porque a verdade é que a morte está ainda pior. O Governo tem tudo previsto. Se o primeiro-ministro nos faz a vida negra, façamos-lhe a justiça de reconhecer que também nos torna a morte quase impossível. O suicídio, hoje em dia, está praticamente fora de hipótese. A imolação pelo fogo, tão popular no Médio Oriente, é-nos vedada pelo preço da gasolina. A escassez de sobreiros faz do enforcamento uma impossibilidade técnica. Comprimidos, nem pensar: as farmacêuticas vão-nos ao bolso. Apostar no cancro do pulmão é arriscado, porque quase não se pode fumar em lado nenhum. E as intoxicações alimentares são cada vez mais custosas, que a ASAE não dorme. A única hipótese é morrer de tédio, na fila para abastecer o carro nas bombas que vendem gasolina dois ou três cêntimos mais barata.

O que eu lamento, sobretudo, é a sorte daquela gente que tem o hábito de meter um valor de gasolina, e não uma quantidade. O leitor sabe como é: em vez de meterem 10 litros de combustível, estão habituados a ir à bomba meter 10 euros. Coitados. De há dois ou três anos a esta parte, tiveram uma surpresa. Em 2005, metiam 10 litros, e hoje metem uma colher de sopa. Dantes, enchiam o depósito com a mangueira, e agora abastecem com a colherzinha dos medicamentos.

Actualmente, é possível começar a encher o depósito e o preço do combustível aumentar duas ou três vezes enquanto se abastece. Uma pessoa pensa que tem dinheiro para atestar e no fim verifica que afinal tem de vender o carro para pagar a conta da gasolina. É possível, aliás, que o barril de crude tenha batido sete novos recordes desde que o leitor começou a ler isto. O melhor é ir encher o depósito antes que as estações de serviço comecem a vender gasolina em frasquinhos de perfume. Não deve faltar muito."

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Preço dos combustíveis é 11,1 cêntimos mais baixo nos postos dos hipermercados. A diferença ibérica.

No Público de Hoje, por José Manuel Rocha

“Entre os revendedores associados às grandes petrolíferas as diferenças de preços quase não se fazem sentir, assinala a Autoridade da Concorrência

Abastecer um veículo com gasolina ou gasóleo num posto de hipermercado representava, no final do 3.º trimestre de 2009, uma poupança de cerca de 11,1 cêntimos por litro.

As contas feitas pela Autoridade da Concorrência na análise trimestral ao mercado de combustíveis mostram que a diferença de preços dos postos convencionais para os hipermercados voltou a aumentar entre Julho e Setembro. No entanto, entre os revendedores associados às petrolíferas que operam no mercado português, as diferenças dos preços recomendados são residuais.

No relatório ontem divulgado, o organismo liderado por Manuel Sebastião constata que o preço médio para as gasolinas à saída das refinarias europeias caiu 32,1 por cento, menos duas décimas percentuais face aos valores apurados para a refinaria de Sines. Mas o preço médio da gasolina antes de impostos caiu apenas 24 por cento no período em análise e o do gasóleo reduziu-se cerca de 35 por cento. Para o consumidor, todavia, esta amplitude de quebra de preços não teve reflexos directos. A Concorrência diz que o preço médio de venda ao público (já com impostos) caiu 12,6 por cento no caso das gasolinas e 24 por cento para o gasóleo rodoviário.

No balanço final, Portugal tinha a sexta gasolina mais cara da União Europeia, no final de Setembro do ano passado, e ocupava o décimo posto no ranking do gasóleo rodoviário.

Na comparação com Espanha, país onde muitos portugueses que vivem na raia aproveitam para abastecer, Portugal fica claramente desfavorecido. Um litro de gasolina, que em Portugal custava 1,288 euros no final de Setembro de 2009, era vendido a 1,065 euros no país vizinho. Para o gasóleo, o litro custa em Portugal 1,028 euros, mais 84 cêntimos do que em território espanhol.

O mercado registou, no 3.º trimes- tre de 2009, um aumento de consumo homólogo de 3,3 por cento. A Concorrência defende que este incremento teve um contributo fundamental dos gasóleos (4,3 por cento de aumento), enquanto a venda de gasolinas cresceu de forma marginal (0,5 por cento). Trata-se, mesmo assim - como assinala o relatório -, do primeiro aumento homólogo no consumo de gasolina desde o quarto trimestre de 2002.

A Autoridade da Concorrência diz que a cotação do petróleo bruto nos mercados internacionais tem estado estabilizada nos últimos meses em torno dos 70 dólares por barril.84

Um litro de gasóleo custa mais 84 cêntimos em Portugal do que em Espanha.”

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Novas Crónicas da Boca do Inferno

Sem ter de todo a intenção de ser o professor Marcelo, este blog faz hoje a sua primeira sugestão de Leitura. Recebido no Natal, foi um prazer e uma diversão ler este livro.

“As Novas Crónicas da Boca do Inferno” de Ricardo Araújo Pereira fizeram uma análise mordaz e muito bem-humorada da realidade que foram encontrando no país e no mundo desde 2007 até ao final do ano que passou. Relê-las é como que reavivar a memória para que não no futuro não haja qualquer acusação de memória curta. Com a vantagem que em vez chorar, como seria espectável ao reavivar tais memórias, passamos um bom tempo a rir, tal é a forma inspirada e cómica como Ricardo Araújo Pereira escreve.

Os assuntos abordados vão desde temas importantíssimos para o futuro da Humanidade, como as crónicas cujo tema central é o Pro Evolution Soccer ou os móveis do IKEA, até a meras frivolidades como a Gripe A, a Eleição de Barack Obama, a Crise Económica Mundial.

Claro está, como não poderia deixar de ser, Ricardo Araújo Pereira escreve também sobre o desvario que reinou e infelizmente continua a reinar no mercado dos combustíveis em Portugal. Estas, que têm directamente a ver com o tema central deste blog, procuraremos transcrever aqui nos próximos dias.

No entretanto, fica a recomendação. Não deixem de o ler.





Combustíveis muito mais caros do que na Europa

Retirado do Site da Deco.

"Apesar da Autoridade da Concorrência divulgar dados mensais sobre a gasolina, a formação de preços é pouco eficaz a reflectir, sobretudo, as descidas.

O preço da gasolina em Portugal, antes da aplicação de impostos, é muito superior à média da União Europeia. No último ano, os portugueses pagaram até mais 12% do que os consumidores de outros países. A diferença tem-se agravado nos últimos anos. Face a Espanha, as diferenças não são tão acentuadas, devido à saída de várias petrolíferas do mercado ibérico.

Por cá, o ajuste do preço da gasolina às variações do preço do barril de petróleo continua menos directo do que em toda a União Europeia. E acompanha mais de perto as subidas do que as descidas do petróleo.

Os últimos dados mensais divulgados pela Autoridade da Concorrência apontam para o aumento das margens brutas das gasolineiras, ou seja, do preço antes de impostos menos o custo da gasolina à saída das refinarias. Os custos de produção e de transporte são, muitas vezes, utilizados como justificação pelas gasolineiras. No entanto, acreditamos que esses custos, em comparação com outros países, não são significativos, já que 90% da gasolina é refinada em duas instalações no nosso país. Além disso, a dimensão dos descontos de algumas petrolíferas e a sua permanente comunicação indicam que é possível baixar os preços.

Antes de abastecer, analise os preços nos postos: as diferenças no bolso do consumidor chegam aos € 9,30 num depósito de 50 litros de gasolina. Mantenha-se actualizado no portal da Direcção Geral de Energia e Geologia, em Links úteis, abaixo.

Reforçarmos a nossa reivindicação desde o início da campanha dos combustíveis: é urgente criar uma entidade reguladora do sector, para garantir a concorrência e a eficaz formação dos preços."



domingo, 24 de janeiro de 2010

“Contra a manipulação da opinião pública: O preço actual da gasolina 95 sem impostos em Portugal é 7,6% superior ao preço médio da UE27

Mais um importante estudo de Eugénio Rosa sobre o descalabro que reina no mercado dos combustíveis em Portugal do qual aqui transcrevemos o resumo. Leia o Estudo na Integra aqui.

“Contra a manipulação da opinião pública: O preço actual da gasolina 95 sem impostos em Portugal é 7,6% superior ao preço médio da UE27, e o do Gasóleo 8,6%


RESUMO DESTE ESTUDO

No fim da 1ª quinzena de Janeiro de 2010, a GALP e o Automóvel Clube de Portugal envolveram-se em polémica, tendo a GALP divulgado, através da Agencia Lusa, uma declaração em que afirmava que, em Portugal, "os preços actuais estão perfeitamente ao nível do que se verifica nos restantes países europeus ". Ora isso não é verdade como revelam os próprios dados oficiais.

Os preços dos combustíveis sem impostos revertem na totalidade para as empresas constituindo a fonte dos seus lucros. É por isso que os utilizaremos. Dados disponíveis no "site" da Direcção Geral de Energia do Ministério da Economia revelam que, em Janeiro de 2010, em 23 países dos 27 da União Europeia o preço do gasóleo sem impostos era inferior ao preço em Portugal. Em relação à gasolina 95, em 20 países dos 27 da UE27 o preço da gasolina sem impostos era também inferior ao preço em Portugal sem impostos (Quadro I). Esperemos agora que a Agência Lusa, que foi tão solícita e pronta em divulgar a declaração da GALP, faça o mesmo repondo a verdade em nome de uma informação mais objectiva. Se recusar estará conscientemente a participar na campanha de manipulação da opinião pública.

Mas o comportamento da GALP ainda se torna mais claro quando comparamos os preços em Portugal com os preços médios da UE27. De acordo com os dados da Direcção Geral de Energia do Ministério da Economia, entre Janeiro de 2009 e Janeiro de 2010, o preço do gasóleo sem impostos em Portugal aumentou 19,8%, enquanto o preço médio do gasóleo, também sem impostos, da União Europeia subiu 12,8%, ou seja, o aumento em Portugal foi superior em 7 pontos percentuais à subida verificada na UE27. Em relação à gasolina 95 a disparidade é ainda maior. Segundo também o Ministério da Economia, em Portugal o preço da gasolina 95 sem impostos subiu, entre Janeiro de 2009 e Janeiro de 2010, em 57,5%, enquanto o preço médio da gasolina 95 na União Europeia, também sem impostos, aumentou, no mesmo período, 45,6%, portanto a subida em Portugal foi superior em 11,9 pontos percentuais à verificada na UE27. E a desculpa normalmente apresentada pelas petrolíferas do preço do petróleo não é aceitável porque os outros países europeus também adquirem o petróleo no mercado internacional, como a GALP.

Como consequência daqueles aumentos, em Janeiro de 2010, segundo a Direcção Geral de Energia do Ministério da Economia, o preço do gasóleo sem impostos em Portugal é superior ao preço médio da União Europeia em 8,6%, quando em Janeiro de 2009 era de 2,2%. Em relação à gasolina 95, em Janeiro de 2010, o preço em Portugal sem impostos é superior ao preço médio da União Europeia em 7,6%, quando em Janeiro de 2009 era inferior em -0,5%. Em euros, em Janeiro de 2010, por um litro de gasóleo sem impostos as empresas em Portugal cobram 0,521 euros por litro, enquanto o preço médio cobrado na UE27 é de 0,479 euros por litro. E em relação à gasolina 95 o preço, sem impostos, cobrado pelas empresas em Portugal é de 0,502 euros por litro, enquanto na UE27 cobram 0,467 euros por litro. Se esta diferença se mantiver durante todo o ano de 2010 os portugueses pagarão mais 267,543 milhões de euros do que pagariam se o preço do gasóleo e da gasolina 95, sem impostos, fosse igual ao preço médio da União Europeia (quadro II). Mas para além da gasolina 95 e o gasóleo, existem mais combustíveis vendidos pelas mesmas empresas em Portugal, por isso o lucro desta situação para elas será certamente maior.

É evidente que as empresas estão a aproveitar a falta de controlo que se verifica actualmente no mercado de combustíveis em Portugal para impor aos portugueses preços superiores aos preços médios da União Europeia. E isto numa situação de crescentes dificuldades para as empresas, nomeadamente PME, e para as famílias. Tudo isto é uma consequência da Autoridade da Concorrência, que é responsável pelo funcionamento do mercado, estar totalmente refém das grandes empresas, e nada fazer. O mesmo acontece com o Ministério da Economia que permanece mudo e calado como não tivesse nada a ver com a situação. Perante esta situação escandalosa, a questão que colocamos, e que deixamos para reflexão dos leitores, e para que manifestem a sua opinião, é a seguinte: Porque razão o governo não impõe, pelo menos, que os preços dos combustíveis em Portugal sem impostos não possam ser superiores aos preços médios da União Europeia, quando o salário médio dos portugueses é cerca de metade do salário médio da UE? (segundo o Eurostat , a média é 7€/hora em Portugal, e 13,38€/hora na UE27).”

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

ENI já soma 384 milhões de dividendos e 2,5 mil milhões de valorização na Galp

Do site do Jornal de Negócios, por Miguel Prado

“Julho do ano 2000. Um acordo entre o Estado, a Petrocontrol, a Galp e a Iberdrola resulta na entrada da ENI na petrolífera portuguesa. Os italianos pagaram 964 milhões de euros e ficaram com 33,34% do capital. Quase dez anos volvidos essa posição já vale 3,4 mil milhões de euros, devido à valorização em bolsa da Galp Energia.

Além dos quase 2,5 mil milhões de euros de valorização da participação, a ENI foi encaixando os sucessivos dividendos pagos pela Galp. Uma remuneração que, segundo as contas do Negócios, já rendeu 384 milhões de euros à ENI.”

E de onde é que saiu o dinheiro para esta valorização? De um só lugar: Do bolso dos consumidores portugueses.

Foi dado porque a Eni é uma instituição de beneficiencia? Ou porque era praticado um preço justo? Nada disso. A palavra para qualificar estes números é só uma: ROUBO!

É urgente terminar com este assalto. É urgente que se faça justiça! O fim deste acordo é uma oportunidade única para repor a justiça que o povo português há tanto tempo clama.

Acabem com o Gamanço!

"O futuro da Galp é tabu", mas podemos ter a certeza absoluta que os preços irão Subir até não poder mais...

É a capa do Jornal de Negócios de Hoje.


Além de termos de por os olhos nesta fronha feia e mafiosa impressa em kingsize, as notícias que a acompanham não pressupõem o melhor dos cenários para nós meros consumidores.



«"Tabu". É assim que Américo Amorim, accionista de referência da Galp, classifica o tema da reorganização das participações na petrolífera.

Daqui a um ano é levantada a proibição de venda de participações prevista no acordo parassocial subscrito em 2006 pela ENI, Amorim Energia e Caixa Geral de Depósitos.

Com o aproximar do momento, ganham força os relatos de que a relação entre Amorim e a Sonangol se estão a deteriorar. E pode ser por aí que a estrutura accionista da Galp se irá alterar.»

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

As virtudes do liberalismo económico

Por Sérgio Lavos, do Arrastão.

Vale bem a pena ler.

"Em 1908, Henry Ford inventou o modelo T, o carro do povo, mais barato, fabricado em série, que esbatia as diferenças de classe e permitia à classe média americana aceder a um artigo que até então era privilégio da burguesia abastada. Já ouvi dizer, a propósito do preço dos combustíveis em Portugal, que é bem feito que paguemos mais do que no resto da Europa. Mas ter carro não é, não deve ser, um luxo. Como Ford provou, a generalização do uso do automóvel permitiu uma maior igualdade entre as pessoas. Se há qualidade que o liberalismo económico pode ter, é esta. Numa economia não estatizada, a livre concorrência permite que os produtos cheguem mais baratos ao consumidor. Mas Portugal é um caso: temos empresas semi-privadas que operam sozinhas no mercado, como a EDP, e continuam a aumentar os preços mesmo em tempos de inflação negativa, e num bem de primeira necessidade, que não faz sentido que não tenha os preços controlados pelo Estado; temos um ramo da economia onde existe um simulacro de concorrência, com dezenas de empresas a fornecer o mesmo produto e a praticar preços semelhantes; e temos uma Autoridade da Concorrência que fecha abusivamente os olhos à evidente concertação de preços praticada por essas empresas. Bem pode vir a Galp dizer que a culpa é dos impostos que tem de pagar (leia-se a notícia do Público para se perceber claramente que a empresa distorce a realidade de maneira quase cómica) – não é normal que num país com um nível de vida que está muito abaixo da média na União Europeia sejam praticados preços na área dos combustíveis que nos põem em quinto lugar no ranking dos países europeus. Se a Autoridade da Concorrência não consegue provar que existe concertação de preços entre as gasolineiras, que se regresse ao passado e volte o preço dos combustíveis a ser controlado pelo Estado. Como está agora, é que seguramente não está bem – ou temos um liberalismo económico a funcionar em pleno, com todos os defeitos e qualidades, ou não temos, e nesse caso, tudo o que seja produto essencial deveria ter preços controlados pelo Estado. E como provou Ford há mais de cem anos, não há como não achar que os combustíveis não sejam um bem de primeira necessidade. Seria tão fácil fazer com que o mercado funcionasse – bastava um boicote generalizado à empresa que monopoliza o mercado – a Galp – e era ver os preços a baixar…"

domingo, 17 de janeiro de 2010

Maiores investidores ganharam 5 mil milhões de euros em 2009

Do site Esquerda.net

Depois de lido este texto ficam duas perguntas aos leitores deste blog:

- Há ainda alguém neste País que não tenha percebido por que é que os preços dos Combustíveis sobem com tanta frequência?

- Quem é que sai sempre beneficiado com os estado da economia do País seja a crise maior ou menor?


Pois, são retóricas.




"A Bolsa de Lisboa foi a segunda que mais subiu na Europa em 2009. Américo Amorim foi quem mais ganhou - 1.175 milhões de euros, em grande parte graças aos 33% da Galp, que detém.
Os investidores da Bolsa de Lisboa tiveram os seus activos valorizados em 33,5% em 2009, a segunda maior subida da Europa, depois da Bolsa de Amesterdão (36,34%).

A empresa que mais se valorizou foi a Sonae (99,08%), seguida por Sonaecom (92,24%), Altri - produtora de pasta de papel (90,69%), Cimpor (84,74%), Jerónimo Martins (75,94%) e Teixeira Duarte (74,92%). As maiores empresas industriais, de comércio e serviços valorizaram-se mais do que a banca.

Segundo o jornal I de 26 de Dezembro de 2009, os 16 principais accionistas portugueses terão tido ganhos superiores a 5.300 milhões de euros e os 10 maiores 5 mil milhões.

Américo Amorim foi o que mais ganhou - 1.175 milhões de euros, continuando a ser o mais rico da bolsa portuguesa.


Soares dos Santos, o senhor da Jerónimo Martins - empresa detentora de uma grande cadeia de distribuição, foi o segundo maior ganhador com 1.075 milhões de euros.

O terceiro maior ganhador da bolsa portuguesa foi Belmiro de Azevedo, o patrão da Sonae, com 811 milhões de euros.


Nos dez que mais ganharam em 2009 incluem-se ainda: Vasco de Mello - presidente do grupo José de Mello - com 383 milhões de euros; Ricardo Salgado - líder do grupo Espírito Santo - 371 milhões, Horácio Roque (Banif) 67 milhões, Joaquim Oliveira (Controlinveste e Sport TV) 63 milhões, Luís Silva (Cinveste e ex-patrão da Lusomundo) 47 milhões, Pinto Balsemão (Impresa) 41 milhões e Joe Berardo 33 milhões de euros."

A Volta ao Mundo Sem Combustível.


No dia em que este senhor conseguir o seu feito, as acções da Galp cairão para menos de metade, e o mundo será um lugar melhor. Aguardamos este dia com esperança.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

PCP questiona preços dos combustíveis

Retirado do Site do Partido Comunista Português.

"Os deputados do PCP apresentaram, esta semana, duas propostas no Parlamento Europeu. Uma sobre a transparência na formação dos preços dos combustíveis líquidos e outra, a propósito da destruição na região Oeste, sobre os apoios às populações atingidas por catástrofes naturais.

PCP questiona preços dos combustíveis e reclama revisão do Fundo de Solidariedade da UE

Esta semana destacamos duas importantes iniciativas dos deputados do PCP ao PE, Ilda Figueiredo e João Ferreira, sobre a formação dos preços dos combustíveis líquidos e sobre a salvaguarda dos direitos das populações afectadas por catástrofes naturais.

Em relação à primeira, os deputados dos PCP no PE consideram que num momento em que aumentam, novamente, os preços dos combustíveis líquidos com repercussões graves na economia e nas condições de vida das populações, é fundamental garantir que haja transparência na formação dos seus preços.

Actualmente, são utilizados referenciais internacionais específicos para cada produto (Platts) e não os preços internacionais do petróleo bruto de Londres (crude do tipo Brent), sendo que no caso de todo o Norte da Europa e incluindo Portugal, o Norte de Espanha e França, o preço internacional de referência é o Platts New, também conhecido por Platts de Roterdão.

Consideram, por isso, ser necessário alterar esta situação e valorizar a transparência na formação dos preços dos combustíveis líquidos.

O segundo destaque surge, no seguimento dos problemas causados pelos recentes temporais em várias regiões do país e da visita realizada pelo PCP à região Oeste, os deputados do PCP ao PE entregaram no Parlamento Europeu uma proposta que visa a revisão do Fundo de Solidariedade da União Europeia.

Concretamente, solicitam à Comissão Europeia que apresente uma proposta de revisão do regulamento deste fundo que, entre outros aspectos, assegure:

- a diminuição significativa do limiar do valor dos prejuízos a partir do qual o fundo pode ser activado,
- a manutenção da elegibilidade das catástrofes de índole regional,
- o reconhecimento da especificidade das catástrofes naturais de índole mediterrânica,
- a possibilidade de apoio ao restabelecimento da actividade produtiva nas zonas afectadas,
- e que aumente os níveis de assistência financeira deste Fundo para os países da "coesão" e para as regiões de "convergência", bem como uma mais rápida disponibilização dos meios financeiros aos Estados-Membros afectados;

Os deputados do PCP ao PE, conforme o compromisso assumido, questionaram igualmente a Comissão Europeia sobre quais os apoios comunitários que poderão ser mobilizados para fazer face aos prejuízos causados pelo mau tempo e sobre a possível criação de um seguro público agrícola, financiado pelo orçamento comunitário, que proteja os agricultores da UE face às catástrofes naturais."

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

ACP diz que Concorrência "continua a demitir-se das suas obrigações"

Do site do Jornal de Negócios, por Miguel Prado

O Automóvel Club de Portugal (ACP) reafirmou as suas críticas ao comportamento da Autoridade da Concorrência (AdC) em relação aos preços dos combustíveis em Portugal, indicando, num comunicado, que a AdC "continua a demitir-se das suas obrigações".

"Num período de grave crise financeira, com consequências devastadoras para milhões de contribuintes, assistimos, uma vez mais, à concertação de preços dos combustíveis e, novamente, a uma enorme diferença de preços face a Espanha – mais 25 cêntimos por litro de gasolina e 13 cêntimos por litro de gasóleo em Portugal", assinala o ACP.

A mesma associação refere que "a Autoridade da Concorrência, organismo que deveria zelar pelo bom funcionamento do mercado, limita-se, periodicamente, a repetir que nada se passa".

No comunicado hoje divulgado, o ACP apela ao Presidente da República, ao Governo e aos partidos na Assembleia da República para "acabarem com a concertação de preços nas gasolineiras".

A situação também preocupa os eurodeputados. Ontem o grupo de deputados do Partido Comunista Português no Parlamento Europeu veio pedir "mais transparência na formação de preços dos combustíveis líquidos".

Ilda Figueiredo e João Ferreira entregaram no Parlamento Europeu uma declaração escrita para pedir que haja transparência nos preços dos combustíveis, lembrando que "actualmente são utilizados referenciais internacionais específicos para cada produto (Platts) e não os preços internacionais do petróleo bruto de Londres (crude do tipo Brent)".

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A Galp voltou a subir o preço dos combustíveis pela 3ª vez em 6 Dias!

A Galp subiu hoje à meia-noite o preço dos combustíveis, pela 3ª vez este ano. Dias 6, 10 e 12 de Janeiro, apenas 2 dias separaram os últimos aumentos.

A gasolina voltou a subir mais um cêntimo fixando-se agora o preço em 1,364€ por litro.

O Gasóleo também voltou a subir mais um cêntimo, custando agora 1,124€ por litro.

O preço do Barril de Petróleo está a custar 82$ nos mercados internacionais, menos 68 dolares por barril que o máximo histórico (147$11) atingido em Julho de 2008. Nessa altura em Portugal O LITRO de gasolina custava em média 1,511€. A diferença para o preço praticado hoje na Galp é de apenas 14,7 cêntimos! 68 dolares de diferença no barril de petróleo, 14,7 CÊNTIMOS DE DIFERENÇA NO LITRO DE GASOLINA.

É UM ROUBO! Há muita gente a ganhar dinheiro indevidamente com isto. Não me venham dizer que não. Isto é claro como água, nem o maior dos mentirosos é capaz de o negar. Urge combater este gamanço!

Acabem com o Gamanço!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

CDS-PP quer intervenção da Autoridade da Concorrência sobre preços da gasolina na A1

Do Site da TSF

Para ouvir as declarações do Deputado Altino Bessa Clique Aqui.

"O CDS-PP pede a intervenção da Autoridade da Concorrência por causa dos preços da gasolina na A1. O deputado Altino Bessa garante que há concertação de preços e por isso pede mais fiscalização.

No final de Novembro, o deputado Altino Bessa meteu gasolina nas sete bombas da auto-estrada mais movimentada do país e o preço era igual em todas.

«O facto de o preço ser o mesmo dentro da mesma operadora é normal», mas não é normal que «a Galp, a BP e a Repsol utilizem exactamente o mesmo preço em todos os combustíveis quando fora deste percurso essas mesmas operadoras e outras concorrenciais tinham preços completamente diferentes», disse Altino Bessa.

No início de Dezembro o CDS-PP fez um requerimento para o Ministério da Economia e para a Autoridade da Concorrência sobre este caso e, cerca de 15 dias depois, os preços foram alterados, acrescentou o democrata-cristão, fazendo saber que tem documentos que provam a existência de preços iguais."

domingo, 10 de janeiro de 2010

Galp volta a aumentar o preço dos combustíveis, apenas 4 dias depois.

A Galp aumentou hoje à meia-noite os preços dos combustíveis, pela 2ª vez desde o inicio do ano que é como quem diz este mês, ou esta semana.

A gasolina sem chumbo 95 voltou aumentar 1,5 cêntimos, custando agora 1,354€ por litro.

O gasóleo também voltou a aumentar, desta vez 1 cêntimo, fixando-se o preço em 1,114€ por litro.

A galp tem imensas desculpas para estes aumentos de preço: ora é o frio, ou o irão que vai explodir, ou o chavez que é maluco, ou porque está a chover. A facto é que quando os seus lucros são divulgados percebemos que por mais desculpas que a galp tenha para subir os preços, ela não merece desculpa. É indesculpável a politica de assaltos ao consumidor seguida por esta empresa. É necessário e urgente combater este roubo.

Acabem com o Gamanço!

Gasolina com o maior aumento desde 2004

Do site do Jornal de Notícias, por Catarina Craveiro

"Ano arranca com a mais alta subida dos preços desde a liberalização.


Quando comparada a primeira semana do ano com igual período do ano passado, o preço da gasolina sofreu um aumento de 21%, o mais elevado desde a liberalização do mercado, em 2004. Já a subida do preço do gasóleo foi mais moderada, e encareceu 11%.


Ano novo, novos aumentos. O preço dos combustíveis voltou a subir na primeira semana de Janeiro. De acordo com os valores médios semanais da Direcção--Geral de Energia e Geologia (DGGE), um litro de gasolina 95 sem chumbo está a valer 1,302 euros. Se compararmos a evolução dos combustíveis com igual período do ano passado, a gasolina aumentou 21%, altura em que um litro custava 1,074 euros. Contas feitas, na primeira semana do ano, abastecer o depósito ficou mais caro 22 cêntimos por litro, o maior aumento desde que o mercado de combustíveis foi liberalizado, em 2004. Já a subida do preço do gasóleo foi mais moderada. O litro encareceu 11,47%, ou seja, subiu 11 cêntimos.


Apesar de ter sido o maior aumento anual, foi em Julho de 2008 que a gasolina atingiu o valor mais elevado, ao tocar nos 1,525 euros por litro, altura em que o petróleo registou um máximo histórico nos 147,50 dólares por barril, a 11 de Julho. O mesmo se verificou no gasóleo, que chegou a custar 1,428 euros por litro.


Argumentos


Segundo o funcionamento natural do mercado, a subida do preço dos combustíveis reflecte o aumento do petróleo nos mercados internacionais. Mas nem sempre isto acontece. "O aumento do petróleo só por si não explica o aumento do preço dos combustíveis, pois actualmente estão quase ao nível de 2008, altura em que o petróleo estava em máximo e agora ronda os 70 dólares por barril", afirmou ao JN, António Amaral, vice-presidente da ANAREC. A Associação de revendedores defende, assim, que deveria ser criada uma entidade reguladora para controlar tanto o preço como a qualidade dos combustíveis.


Ainda que os combustíveis sejam empurrados pela cotação do petróleo, António Comprido, secretário-geral da Associação Portuguesa das Empresas Petrolíferas, explicou que "a evolução do preço deve-se à variação do valor da gasolina à saída das refinarias europeias, que vem reflectir-se no preço de venda ao público".


Quanto ao futuro, os especialistas são cautelosos, mas Jesus Ferreira, consultor de energia, acredita que se as condições actuais se mantiveram não há razão para grandes oscilações. "Caso se verifiquem alterações geopolíticas nos países produtores, tudo poderá acontecer". A contribuir para novos aumento poderá estar ainda a recuperação da economia mundial, que deverá impulsionar o consumo."

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Preços da gasolina com o maior aumento desde a liberalização

Do Site do Jornal de Negócios, por Sara Antunes

“Os preços dos combustíveis aumentaram no ano passado, a reflectir as subidas das matérias-primas nos mercados internacionais. Abastecer o depósito está assim mais caro, com o aumento anual dos preços da gasolina a ser o maior desde a liberalização do mercado.

Os últimos dados da Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG) revelam que o preço da gasolina sem chumbo 95 octanas era de 1,302 euros, na última segunda-feira, o que compara com os 1,074 euros praticados em média no mercado nacional no mesmo período do ano passado.

Esta diferença representa mais 21,25%, ou 0,228 euros por litro. Ou seja, encher o depósito com 50 litros de gasolina 95 octanas custa hoje mais 11,41 euros do que em igual período do ano passado.

E este é o maior aumento da gasolina desde que o mercado de combustíveis foi liberalizado (2004), quer em termos percentuais, quer em valor real (ver tabela).

Gasolina 95 octanas sem chumbo

Ano

%

€/Lt

2009

21,25%

0,228

2008

-22,60%

-0,313

2007

7,51%

0,097

2006

9,42%

0,111

2005

17,78%

0,178

2004

5,37%

0,051


O gasóleo também viu o seu preço crescer, mas de uma forma mais moderada. O litro deste combustível encareceu 11,47%, ou 0,109 euros por litro, no ano passado. Mas não foi o maior aumento dos últimos anos. Em 2007, o preço cresceu mais de 20% e em 2004 subiu mais de 21% (ver tabela).

Gasóleo

Ano

%

€/Lt

2009

11,47%

0,109

2008

-20,90%

-0,252

2007

20,16%

0,202

2006

3,06%

0,03

2005

14,74%

0,125

2004

21,14%

0,148


Gasolina mais do que duplica de valor em 2009

Os preços dos derivados de petróleo registaram fortes subidas no ano passado, a recuperarem
das quedas de 2008 e a reflectirem a recuperação da economia. O preço da gasolina 95 mais do que duplicou, isto tendo em consideração os preços estanques e não as médias semanais (que são os valores usados como referência).

De acordo com os dados da Bloomberg, o preço da gasolina 95 octanas aumentou em 130%, no ano passado. Já o gasóleo desceu 48,6%, enquanto o Brent, petróleo de referência para Portugal, encareceu 70,94%.

Estas valorizações referem-se aos preços do início e do fim do ano, sem contar com as médias semanais, nem o impacto da negociação do euro face ao dólar, que em 2009 valorizou 2,5%.

2010 haverá novos aumentos

Apesar das subidas expressivas dos preços das matérias-primas e dos derivados, em 2009, a expectativa é que este ano se verifiquem novos acréscimos de preços.

2010 deverá ser marcado por uma recuperação da economia mundial e esse cenário deverá provo
car um aumento do consumo de combustíveis, e consequentemente com uma maior procura o preço das matérias deverá subir.

E se no ano passado, o euro valorizou e acabou por atenuar a factura dos europeus nos combustíveis, este ano já não se prevê essa evolução. Os economistas estão a prever que, com a melhoria da economia, o dólar se fortaleça frente às principais divisas, entre elas o euro.

Por isso será de esperar que este ano, os portugueses não voltem a contar com uma “almofada” para atenuar o aumento dos preços dos combustíveis."

Preços dos combustíveis aumentam


"Preços dos combustíveis aumentam

Os combustíveis aumentaram às 0h00 horas desta quarta-feira, ainda que em média a gasolina sem chumbo de 95 octanas só tenha subido três cêntimos e o gasóleo dois. Os revendedores acreditam que em 2010 os preços devem estabilizar, com a procura a diminuir nos mercados."

A RTP demorou menos 4 horas a divulgar a notícia que a Sic, o que é bom mas ainda está a séculos de distância do nosso tempo de divulgação desta calamidade nacional.

Principais gasolineiras aumentaram preços entre 1 e 2 cêntimos

Antentem bem na hora a que a notícia é dada, nós de-mo-la em primeira mão eram 3:34 da manhã. LEEEEENNNNNTOOOOSSSSS!

(Este senhor da Galp é que nos saiu um grande filho duma senhora "refinada" que se vende cara como a gasolina, e ele tal como a mãe e a gasolina da galp, é um vendido de 5ª categoria.)

P.s. ao Post Anterior

Afinal o Diário Económico CENSUROU o nosso comentário à noticia sobre o rumor da suposta OPA da Petrobras à Galp que fez disparar o valor das acções da Galp e tornou Américo Amorim, de um instante para o outro uns milhares de milhão mais rico, coisa pouca.

Como pode ser lido no post anterior, limitamo-nos a dizer verdades e sensos comuns. Parece a Verdade é tudo o que não interessa ao diário económico. Liberdade de expressão ainda menos. Temos pena que assim o seja é triste o estado a que chegou o jornalismo económico de referência neste país. São os primeiros a arregaçar as calças de livre vontade para se deixarem comer pelos grandes interesses que estão por de trás das grandes empresas portuguesas. A verdade, a ética e a inteligência são palavras que não constam do dicionário deles.

Curiosamente o diário económico demorou 13h a dar a notícia sobre o aumento do preço dos combustíveis que publicamos aqui em primeira mão ao mesmo tempo que o fizemos na caixa de comentários da notícia da opa. Apenas quando todos os outros órgãos de comunicação social já o faziam. Haja incompetência e lentidão.

E por isso tudo, apenas aqui é possível ler o nosso comentário sobre a suposta opa da petrobras.

Acabem com o Gamanço!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Breve Comentário à Possivel OPA da Petrobras à Galp.

Transcreve-se aqui o breve comentário feito à notícia do site do Diário Económico: "Petrobras tem de lançar OPA se quiser comprar um terço da Galp"

"A única OPA que resolveria todos os problemas da Galp era só uma: OPA Feita pelo Estado, que em linguagem corrente se chama nacionalização (sim Sr., essa palavra mesmo a que os economistas, empresários, investidores e gestores têm tanto pavor, nojo e horror, a menos que seja usada para sanar embrulhadas que os próprios criaram em bancos com milhares de milhões em prejuízos e actos ilícitos.)

Como português não vejo qualquer problema em que a galp passe para mãos estrangeiras, isto se esta passasse também a praticar preços justos e que não aviltassem qualquer consumir de produtos petrolíferos. Infelizmente não me parece que a Petrobras vá fazer o que quer que seja pela justiça dos preços impingidos aos consumidores portugueses, assim sendo esta opa não fará parte de uma solução para o grave problema que vivemos, e a probabilidade forte é que o venha a agravar, pois esta opa será ainda mais uma desculpa para os preços dos combustíveis voltarem a subir descontroladamente."

Acabem com o Gamanço!

Ano Novo, Vida Velha: A Galp Aumentou hoje o preço dos Combustíveis. Preço do Gasóleo sobe para máximos que não se registavam desde a crise de 2008

A Galp começa o ano como se esperava, da pior maneira possível. Aumentou hoje à meia-noite o preço dos combustíveis, uma semana depois do último aumento.

A gasolina subiu 1,5 cêntimos por litro fixando-se agora o preço em 1,339€ por litro.

O Gasóleo viu o seu preço subir 2 cêntimos por litro, fixando-se agora em 1,104€ por litro. Este é o preço MAIS ALTO desde os preços registados a quando da crise petrolífera de Julho de 2008. Este é o valor mais alto do gasóleo de sempre desde que os preços dos combustíveis estão disponíveis para consulta no site da DGGE.

Os órgãos de comunicação social não consideram que este aumento extemporâneo seja noticia. Nem a Economia, nem o desemprego, nem os problemas sociais e estruturais do país. Parece que petições ridículas para referendar não-assuntos são mais importantes e merecem mais tempo de antena.

Acabem com o Gamanço!

BULLSHIT NEWS: Preço do petróleo subiu 82% num ano. E os combustíveis?

Do site da (suposta) “Agência Financeira” (que mais parece uma agência de comunicação das petrolíferas portuguesas), 31.12.2009

Esta notícia não assinada e abaixo transcrita é escandalosa não só pelo facciosismo reverente que mostra pelas petrolíferas nacionais (fazendo a noticia parecer uma encomenda ou um favor a estas), mas também pelos dados que apresenta, se bem que lidos com outro olhar que não o que o suposto jornalista nos quer à primeira vista impingir.
Os dados, manipulados ou não, são claros: O petróleo aumentou no último ano 82% nos mercados internacionais, e a gasolina e o gasóleo no nosso país aumentaram 20% e 10,5% respectivamente.

O que quer isto dizer? Temos preços muito inferiores àquilo que seria justo como a notícia parece querer fazer parecer?! Não. Todos sabemos que não, os preços dos combustíveis estão e sempre estiveram inflacionados desde que o mercado foi liberalizado em 2004.

O que se passa é muito simples: A verdade é que fazendo as contas (82%-10,5%=71,5%) notamos que os portugueses andaram todo o ano de 2009 a pagar mais 72% pelos combustíveis petrolíferos do que seria o preço mais justo! 72%! SETENTA E DOIS POR CENTO A MAIS! Isto é o maior escândalo e o maior roubo a que a humanidade já assistiu. Nem quando se negociavam com pedrinhas na idade do ferro se enganavam tanto os clientes como hoje! E pior: este roubo aos portugueses é legitimado e apoiado pelo próprio estado português que é conivente com este assalto diário. É urgente acabar com este roubo. É urgente Mudar o rumo do País.

Acabem com o Gamanço!




“Gasolina está 20% mais cara e gasóleo 10,5%

Depois dos preços exorbitantes que o petróleo alcançou em 2008 (chegou a rondar os 150 dólares) e, por consequência, os preços dos combustíveis também, o aumento do preço do petróleo quase passou despercebido este ano aos portugueses. Mas a verdade é que, face ao final de 2008, o ouro negro vai fechar este ano bem mais caro.

O barril do petróleo Brent, negociado no mercado IPE londrino, que serve de referência para os países europeus e, portanto, para as importações portuguesas, acabou o ano passado a valer 43,05 dólares.

Esta quinta-feira, um barril desta mesma matéria-prima custa 78,50 dólares. Contas feitas, subiu 82% num ano.

E o preço dos combustíveis? Tem ideia de quanto subiram? Nós fizemos as contas. No início deste ano, de acordo com dados da Direcção-geral de Energia e Geologia (DGEG), a gasolina sem chumbo de 95 octanas custava em média 1,074 euros. Já o gasóleo, valia 0,953 euros por litro.

Valores que comparam com aqueles que, mais uma vez de acordo com a DGEG, eram praticados no passado dia 28 de Dezembro. Há dois dias atrás, a gasolina sem chumbo de 95 octanas custava 1,289 euros por litros e o gasóleo 1,053 euros.

Feitas as contas, a gasolina aumentou 20% num ano e o gasóleo 10,5%.

Se pegarmos no exemplo de um carro a gasolina com um depósito de 50 litros, há um ano atrás, atestar custava 53,70 euros. Hoje, custa 64,45 euros, mais 10,75 euros.

Se o carro for a gasóleo e o depósito continuar a levar 50 litros, o abastecimento passou de 47,65 euros no início do ano para 52,65 euros agora. Quando pagar terá de desembolsar mais uma nota de cinco euros.” "