terça-feira, 30 de junho de 2009

Preço da gasolina subiu 22% este ano

Do site do Diário Económico, por Rita Paz

"
No início do ano o preço médio de um litro de gasolina era de 1,074 euros. Hoje custa cerca de 1,310 euros.

Os dados da Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) mostram que o preço médio de um litro de gasolina subiu 22% nos primeiros seis meses do ano. No mesmo período, o preço do gasóleo ficou 8% mais caro.

Vejamos um exemplo prático. Há seis meses eram necessários 53,7 euros para abastecer um depósito de gasolina com capacidade para 50 litros. Hoje paga-se 65,5 euros, uma diferença de 11,8 euros para a mesma quantidade.

Tudo porque um litro de gasolina 95 octanas passou de 1,074 euros para os actuais 1,310 euros, segundo dados disponíveis no ‘site' da DGEG.

O gasóleo não sofreu um aumento tão expressivo, mas também subiu em 8%. Os dados da DGEG revelam que o preço médio do 'diesel' se fixou nos 1,027 euros por litro na semana passada, valor que compara com os 0,953 euros praticados no início do ano.

Dados da Comissão Europeia também mostram que, aos preços actuais, Portugal é o sétimo país da União Europeia a 27 onde os preços dos combustíveis são mais elevados.

Este encarecimento dos preços tem motivado um abrandamento do consumo. Ferreira de Oliveira, presidente executivo da Galp Energia, adiantou este mês que "o consumo de gasóleo [em Portugal] está praticamente estagnado e há uma queda no consumo de gasolinas na ordem dos 6%"."

Mesmo quando os preços baixam, quem fica a perder ainda mais somos sempre nós, o comum consumidor que é constantemente espoliado!

Parece mentira mas não é, a Galp Baixou mesmo o preço dos Combustíveis: -1 cêntimo!

Hoje, devia ser feriado nacional.

É com enorme prazer que vimos anunciar a baixa dos preços dos combustíveis na Galp.

A Gasolina desce 2,5 Cêntimos, de 1,349 € para 1,324 € por litro.

O Gasóleo desce um cêntimo, custava 1,069 € passou para 1,059 € por litro.

Infelizmente os preços continuam enormemente inflacionados na Galp, a prova viva disso mesmo é que no Jumbo e apesar da descida, a Gasolina continua a ser mais barata. Mesmo sem ter ainda sido actualizado o preço praticado no Jumbo a gasolina continua a ser 7,5 cêntimos por litro mais barata, e o gasóleo 10 cêntimos mais barato!!

A baixa nos mercados internacionais da gasolina nas últimas duas semanas foi de mais de 11%. O que ao preço de ontem corresponderia a uma baixa hoje de 14,8 Cêntimos por litro! Estamos muitíssimo longe desse valor, a margem que a Galp tem para baixar o preço é MUITO MAIOR!

Esta baixa nos preços é um bom sinal, que deve animar esta luta mas nunca desmobiliza-la! O bloqueio à Galp continua! Todos às marcas brancas por um preço justo nos combustíveis e por um mercado regulado e a funcionar em Portugal!

Acabem com o Gamanço!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Esta semana são só boas noticias. Depois de anunciada uma baixa nos combustíveis, o Carro Eléctrico! Estamos para ver se algum dia se confirmarão…

Combustíveis descem esta semana nas bombas

Do site do Jornal de Negócios, por Sara Antunes

"Os preços dos combustíveis têm vindo a aumentar progressivamente nas últimas semanas, reflectindo a evolução das cotações dos derivados do petróleo. Esta semana, o cenário é o oposto. Ou seja, quer a gasolina, quer o gasóleo registaram quebras nas bolsas nos últimos dias. E as descidas foram acentuadas. No caso da gasolina, supera mesmo os 8%.

Na semana passada, os preços dos combustíveis desceram nos mercados internacionais. Foi mesmo a segunda semana consecutiva de queda, o que já não acontecia desde Abril. As petrolíferas deverão agora fazer repercutir nos consumidores as descidas sentidas nas matérias-primas.

O preço médio semanal da tonelada de gasolina 95 octanas desceu, na semana passada, 8,8%, já descontando o efeito cambial, que beneficiou os europeus, visto o euro ter valorizado face ao dólar. E na semana anterior, o preço médio semanal da gasolina já tinha recuado mais de 2%.

No caso do gasóleo, a queda foi de 2,68% na semana passada, e pouco significativa na semana anterior. Ainda assim, prevê-se que, com esta evolução nos mercados internacionais, as petrolíferas desçam agora os preços dos combustíveis nas bombas."



NUNCA, em mais de 3 meses de existência, este blog teve o prazer de anunciar a descida dos preços dos combustíveis. Aguardamos com muita expectativa para ver se esta notícia se confirmará.

Vamos lá ver se o mercado nacional segue rigorosamente as oscilações dos mercados internacionais, ou se só as segue quando lhe dá jeito (sempre que o preço aumenta). De qualquer maneira, a sua confirmação ou não, será sempre aqui anunciada e exaltada. Aguardemos pelos próximos dias.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Primeiros 315 mil barris de petróleo Galp do campo Tupi

Do Site Dinheiro Digital

"A Galp concluiu na terça-feira o primeiro carregamento de petróleo do campo Tupi, na bacia de Santos (Brasil), incorporando no mercado um total de 315.000 barris, anunciou hoje a empresa.

A Galp estima que o campo Tupi, descoberto em 2006, venha a render entre cinco a oito mil milhões de barris de petróleo e gás natural.

De acordo com a petrolífera, "este primeiro carregamento totalizou cerca de 315.000 barris que foram transferidos do Plataforma Flutuante de Produção, Armazenamento e Offloading Cidade de São Vicente para o petroleiro Nordic Spirit, com destino ao porto de S. Sebastião no Estado de São Paulo, no Brasil".

O presidente-executivo da empresa, Ferreira de Oliveira, considera - citado numa nota da Galp - que este carregamento "representa a incorporação no mercado das primeiras quantidades de crude provenientes do pré-sal da bacia de Santos", sendo assim um dia "que ficará na história deste grande projecto".

A empresa especificou que toda a produção "é obtida a partir do poço Tupi-Sul, o qual produz cerca de 14.000 barris de petróleo por dia, no âmbito do teste de longa duração que se estenderá por um período de 15 meses".

"Durante este período serão ainda recolhidos dados técnicos fundamentais para avaliação e desenvolvimento dos outros reservatórios descobertos na bacia de Santos, como os de Iara, Iracema, Júpiter, Bem-te-Vi e Caramba", acrescenta a Galp.

A jazida explorada pelo poço Tupi-Sul, localizado no Bloco de exploração petrolífera BM-S-11, "encontra-se numa área onde a lâmina de água é da ordem dos 2.200 metros, a cerca de 5.000 metros de profundidade sob uma sequência de formações salíferas com mais de 2.000 metros de espessura".

A Galp Energia participa em mais de 20 projectos de exploração e produção no Brasil, em parceria com a Petrobras."



Ainda não temos Petróleo, mas este já chega cá com muito maior facilidade e consequentemente com um custo muito menor. Se razões existiam para estarmos dependentes da volatilidade dos preços dos mercados internacionais elas cada vez são mais reduzidas.

Assim sendo, continuam a existir razões para os preços dos combustíveis continuarem a subir? E descer, quando teremos esse raro prazer?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Comentário ao Artigo de Francisco Murteira Nabo publicado no Diário Económico

Comentário ao artigo intitulado "O Manifesto" por Francisco Murteira Nabo, publicado no site do Diário Económico.

"Caro Francisco Murteira Nabo

Apelo então à sua “plena consciência” que afirma neste artigo ter, para que naquilo em que tem poderes efectivos, como Presidente do Conselho de Administração da Galp Energia, combater a gravíssima crise que atravessamos, que em parte é derivada da crise do sector da Energia.

Use a sua consciência e force a empresa que preside a mudar as suas políticas! Em vez de depauperar o País e os portugueses e escolher sempre “a opção que cria mais valor para os accionistas” e que enche os bolsos de meia dúzia com milhões, force a sua empresa a praticar preços justos no mercado que domina! Os preços que a Galp pratica hoje face aos lucros que apresenta e aos dividendos que distribui são completamente imorais e inaceitáveis.

Numa sociedade como a portuguesa, que infelizmente depende demasiado do transporte individual face às péssimas redes de transporte publico que detemos, de cada vez que os preços dos combustíveis sobem e obrigado a gastar mais dinheiro em transportes, o poder de compra do português comum cai abruptamente. Com a perda do poder de compra, cai também o nível de vida, e as suas condições de vida deterioram-se.
Assim a Galp é uma das grandes responsáveis da perda de poder de compra do português comum. É uma das grandes responsáveis pela perda de qualidade de vida dos portugueses! É também responsável pelo aumento da desigualdade social, dando muitíssimo a muito poucos e exigindo demasiado a muitos que não têm como o pagar.
O crescimento da Galp e a sua afirmação no internacional não pode nem deve ser feito à custa do aumento do custo de vida dos Portugueses!
Como líder de mercado a Galp tem de dar o exemplo! Caso contrário mais cedo ou mais tarde, com maior ou menor atraso, o Estado será obrigado a tomar medidas bastante mais radicais, que em nada beneficiarão a sua empresa.

É por tudo isto que apelo à sua responsabilidade como Presidente da maior empresa de produtos petrolíferos de Portugal e apelo à sua “plena consciência” enquanto economista e enquanto cidadão português.
Use o poder que tem enquanto é tempo.

Atentamente,
Acabem com o Gamanço!

http://www.gamanco.blogspot.com/
acabemcomogamanco@gmail.com"

Acabem Com o Gamanço atinge as 1000 visitas, passados pouco mais de 3 meses da sua fundação!

Este blog ultrapassou hoje a barreira das 1000 visitas (1016 neste exacto momento). Tendo inaugurado a 18 de Março de 2009, desde que este blog tem estatísticas (7 de Abril de 2009), passaram por aqui mais de 560 visitantes que visualizaram 3680 páginas do blog até ao momento.



Obrigado a todos que o fizeram. Esperamos que o continuem a fazer e se possível que continuem contribuir para a construção deste blog. Agradecemos também a todas as ajudas para melhor informar quem nos visita.



Esta luta não acaba aqui. Começa Aqui!



A luta continua! Reforcem-na! Divulguem-na!



Acabem com o Gamanço!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Galp aumenta os combustíveis pela 5ª vez no Mês de Junho!

Apesar do preço do petróleo nos mercados internacionais estar em baixa e ter caído nos últimos dias mais de 5 dólares, a Galp voltou a aumentar hoje o Preço dos combustíveis pela 5ª vez consecutiva no mês de Junho!

A gasolina passou de 1.344 € por litro para 1.349 €.
O Gasóleo custa agora mais 1 cêntimo e meio por litro, passa de 1.054 € para 1.069 €.

Estes aumentos de milésimas por litro representam MILHÕES DE EUROS, que saem do bolso dos portugueses e vão directamente para as contas de trabalhadores esforçados como por exemplo Américo Amorim e Fernando Gomes!

É INACEITAVEL toda esta situação! Acabem com o Gamanço!

terça-feira, 23 de junho de 2009

Saiba onde encontrar combustível mais barato

Do Site do Diário Economico, por Rita Paz

"Braga e Porto a Norte e Setúbal no Sul apresentam os combustíveis mais baratos. Os descontos ultrapassam os 9%.

Os postos de abastecimento do Continente e do Intermarché em Braga são os que apresentam os preços da gasolina mais baratos em Portugal, com cada litro a custar 1,199 euros.

No que diz respeito ao gasóleo, o Continente e o Intermarché de Paços de Ferreira, no Porto, têm os preços mais baixos, com o 'diesel' a valer 0,909 euros por litro.

Já na Grande Lisboa, o posto de abastecimento mais barato fica no Intermarché do Carregado, onde um litro de gasolina custa 1,234 euros, enquanto que no Jumbo de Alverca o preço é de 1,235 euros.

No gasóleo, o preço mais barato está no Jumbo de Alfragide e de Alverca onde um litro custa 0,949 euros, o mesmo preço que no Intermarché do Carregado, Sobreiro Curvo, em Torres Vedras, e Abrigada, em Alenquer.

Em Setúbal, no Continente do Montijo, no Jumbo de Palmela e nos Intermarchés de Alcochete e Pinhal Novo, a gasolina sem chumbo 95 custa 1,229 euros, enquanto que o 'diesel' fica mais barato nos postos do Continente do Montijo e do Intermarché de Alcochete, onde um litro de gasóleo tem um custo de 0,939 euros.

Os dados permitem constatar que nas bombas de marca branca, junto dos hipermercados, os combustíveis são mais baratos que nas principais gasolineiras do país.

Isto porque nos postos de abastecimento da Galp, por exemplo, cada litro de gasóleo vale 1,044 euros, enquanto que a gasolina está nos 1,334 euros por litro. Já na BP, o 'diesel' vale 1,049 euros e a gasolina custa 1,335 euros por litro.

Um exemplo prático. Quem conduzir um Audi A3 a diesel, por exemplo, vai gastar 57,42 euros para encher o depósito na Galp. Se optar por fazê-lo no Jumbo de Alfragide, por exemplo, vai pagar 52,19 euros, menos 9%.

Estes dados estão disponíveis no site da Direcção Geral de Energia e Geologia, que disponibiliza online os preços que são praticados em Portugal."

Presidente da Galp diz que o consumo da gasolina caiu cerca de 6%

Do Site do Jornal de Negócios.

"O consumo da gasolina caiu cerca de 6%, afirmou hoje o presidente-executivo da Galp Energia, um dia depois do Ministério das Finanças ter divulgado que as receitas do ISP caíram 8,7% até Maio.

"O que estamos a observar é que o consumo de gasóleo está praticamente estagnado e há uma queda no consumo de gasolinas na ordem dos 6%", afirmou Ferreira de Oliveira, à margem da cerimónia de lançamento do projecto Ecoposto, que decorreu na área de serviço do Seixal.

O Boletim de Execução Orçamental, divulgado na segunda-feira pelo Ministério das Finanças, aponta uma quebra de 8,7% nas receitas do Imposto sobre Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP) entre Janeiro e Maio.

Ferreira de Oliveira, que defendeu recentemente a descida de impostos sobre os produtos petrolíferos, relacionou hoje a quebra nas receitas fiscais com o abrandamento do consumo.

"As receitas do ISP são directamente proporcionais ao consumo. Quando mais se consome, maiores são as receitas de ISP", afirmou o presidente-executivo da Galp."



Num mercado concorrencial, se a procura a um produto diminui significativamente o preço desse mesmo produto cai automaticamente. (quer seja a queda 8,7% ou mesmo que seja 6%, nos milhões de litros que a Galp vende todos os dias, corresponde de certeza a uma grande quantidade.)

Ora é isto que o presidente da Galp, Ferreira de Oliveira, vem anunciar?! A descida dos preços dos combustíveis?? Claro que não! Que ideia a minha! Vem requerer que os impostos baixem para reporem nessa diferença as antigas e escandalosas margens de lucro!

Haja Vergonha! Acabem com o Gamanço! Prendam estes Gatunos!

domingo, 21 de junho de 2009

Preços dos combustíveis sobem há 5 meses

"A gasolina já está 24 por cento mais cara. O gasóleo teve uma subida de preço mais moderada." (Para calar as transportadoras, impedindo assim que estas bloqueiem mais uma vez o País de Norte a Sul)





e apesar do aumento dos impostos "Ainda é mais barato comprar tabaco e combustível em Espanha"


sábado, 20 de junho de 2009

Petróleo: "Há cartel na produção. Toda a gente sabe", diz Abel Mateus

por Luís Reis Ribeiro, Publicado no i em 19 de Junho de 2009

Vale a pena ler esta entrevista. Ao lê-la ficamos com a clara noção que o regulador, este que esteve e quem o substituiu, têm plena consciência da imoralidade que reina no mercado dos combustíveis. Tem plena consciência que não fez aquilo para que foi pago para fazer: Acabar com os Carteis e tornar o mercado concorrencial. Ainda assim acha que com a simples desculpa que o regulador tem falta de meios e de poderes acha que fica tudo bem.

Palavras para quê? É mais um artista Português...



"Abel Mateus, ex-presidente da Autoridade da Concorrência, fala sobre o passado e a crise



Abel Mateus, professor e investigador, deixou, há mais de um ano, a liderança da Autoridade da Concorrência (AdC). Nesta entrevista, fala do seu novo livro sobre a crise mundial, do estado da regulação em Portugal, da falta de vontade política em dar mais poderes aos reguladores. Mas não quis comentar as obras do governo.

Foi visto como um regulador interventivo, apontavam-lhe até excesso de intervenção. Concorda?

Numa perspectiva mais distanciada, penso que a regulação tem de ser guiada por duas balizas. Por um lado, é necessário intervir. Em grande parte, a crise financeira foi resultado de falta de regulação, portanto, se o regulador não intervém pode causar grandes prejuízos. Ele está lá para prevenir que isso aconteça e, se isso acontecer, para tomar os remédios apropriados. Por outro lado, é evidente que, se o regulador intervém demasiado, pode estar a interferir nas estratégias empresariais ou no funcionamento do mercado.

Conseguiu gerir bem esse equilíbrio?

É difícil avaliar a minha própria actividade. Estava a ser lançado um novo regulador em Portugal e era importante que as empresas percebessem que havia um conjunto de leis que antes estavam mais ou menos dormentes e que era necessário aplicar. É com grande satisfação que hoje ouço dizer que todas as empresas tomam em consideração os aspectos da concorrência. Um poder de mercado excessivo pode afectar os consumidores.

Sem a AdC, as duas ofertas de aquisição (OPA) em curso na altura - sobre o BPI e a PT - tinham avançado?

Nem uma, nem outra foram impedidas pela autoridade. A AdC travou três casos de fusões. Foram outras considerações, problemas com os accionistas...

A AdC não conseguiu provar a existência de cartéis nos combustíveis, bancos... É porque não há cartéis ou porque a AdC não tem meios para mais?

Em primeiro lugar, os cartéis existem em determinados períodos temporais específicos. Há certos sectores em que determinadas condições favorecem, por exemplo, o paralelismo de preços. Como toda a gente sabe, é o caso dos combustíveis. Eventualmente, noutros sectores de actividade, em que há mercado oligopolista - e, portanto, onde há um pequeno número de empresas e que a própria dinâmica do mercado muito homogénea -, também é mais fácil esse paralelismo. Para um tribunal julgar esse tipo de acções é importante provar que há comunicação entre os interesses. Só assim há cartel - e essa parte é muito difícil. Os meios jurídicos e de investigação que temos são bastante inferiores aos das melhores autoridades a nível mundial.

A lei portuguesa devia conferir mais poderes à AdC?

É uma avaliação que o governo é que tem de fazer.

Mas qual a sua opinião?

Acho que sim. A política da concorrência é fundamental para o país, é crucial para reestruturar a economia.

Onde é que sentiu que não tinha meios para intervir?

Nos poderes investigatórios, por exemplo. Não se pode aumentar os poderes investigatórios sem criminalizar cartéis. Temos que caminhar para lá - toda a Europa caminha para lá.

E porque é que em Portugal não se caminha nesse sentido?

Porque ainda estamos a começar a construir a cultura da concorrência.

Pode ser também por não interessar a determinados grupos de interesses?

Sim, mas isso acontece em todos os países. Alguns avançaram, outros não. Depende da opinião pública e daquilo que os partidos quiserem.

Não tem havido a coragem política em Portugal?

Se calhar.

Acha mesmo que não existe concertação no sector dos combustíveis?

Sobre isso não me posso pronunciar.

Mas analisou isso até à exaustão?

Está bem, mas quando saí havia vários estudos em curso, investigações incompletas. Tudo o resto, desconheço.

Neste último ano, assistimos à escalada e descida dos preços do petróleo, sempre acompanhada de ajustamentos nos preços dos combustíveis. Isso não sugere práticas de concertação?

Como disse, o paralelismo de preços é sempre um indício de que pode haver ou não concertação. Mas é preciso provar que há comunicação entre empresas. Isso é fundamental provar: eles encontram-se para combinar os preços? Não há evidência. E por isso nunca iniciámos nenhum processo.

Sentiu-se frustrado?

Não sinto nenhuma frustração. Nos EUA há total dedicação ao tema e até hoje não se confirmou a existência de cartel.

Então não existe?

Não sei. Mas é um mercado muito especial. O preço do petróleo está outra vez à volta dos 70 dólares e se houver recuperação económica vai continuar a subir. Mas já sabemos que há um cartel na produção. O problema é que são estados soberanos. A distribuição é apenas 10% a 15% do preço final. O preço já está determinado à partida, no momento da venda do crude, que vale 80% do preço final. Sim, há cartel na produção, toda a gente sabe. Se houvesse leis internacionais que proibissem estados de fazerem cartéis... Mas assim...

Os cartéis na produção não afectam só Portugal.

A nível mundial, só há três ou quatro grandes refinadores e distribuidores; a nível grossista, há muito poucos.

É esse o argumento da Galp: diz que é tomadora de preços em Roterdão.

Que é um mercado oligopolístico. Esses são problemas que influenciam muito o preço final.

Outro sector muito apontado pela defesa do consumidor é o financeiro.

Quero acreditar que há concorrência, mas também é uma área em que facilmente as práticas comerciais podem apontar para uma concertação. Mas estamos a falar de um mercado muito específico. As taxas de juro, por exemplo, são formadas no mercado, muitas vezes com base em indexantes - Libor, Euribor. São cotadas por um conjunto restrito de bancos. Isso não é uma prática de concertação. São características que podem levar as pessoas a pensar que há concertação. Mas não me parece que os problemas de concorrência nos bancos sejam decisivos, nesta altura, para o país.

A nacionalização do BPN é um processo de consolidação disfarçado?

Pode não ser. Uma concentração entre os dois maiores bancos do país é preocupante porque pode aumentar muito o poder de mercado deles. Uma fusão de médios ou pequenos favorece a concorrência, porque pode criar um quarto grande grupo - que concorrerá com os outros três, ou seja, aumenta a concorrência no mercado. Outro aspecto é que estas decisões de intervenção nos bancos têm de ser feitas de forma rápida.

No BPP foi demorado?

Foi, mas essas situações deviam ser estudadas antes, para evitar que se arrastem e para evitar decisões menos eficientes em termos de mercado.

Essa construção deve ser europeia?

Sim, mas adaptada à situação concreta de cada país. Um documento desses tem de contemplar todos os instrumentos que existem para resolver a situação de um banco em concreto. Mas parece que estamos muito mais preocupados em resolver casos pontuais. Quem incorreu riscos ou errou, tem que sofrer as consequências. Se o contribuinte vai sempre resolver a situação, está-se a criar o ambiente para a próxima crise.

É o caso do BPN e do BPP?

Não conheço os casos concretos.

O BPN foi nacionalizado.

Vamos ver quais serão as consequências finais, se haverá processos em tribunal?

Era demasiado grande para falir?

Não sei. Estávamos no início da crise e podia ter consequências sérias a nível da confiança no sistema. Mesmo na Europa, três ou quatro bancos foram deixados cair nesta crise.

E o BPP?

Não tenho dados concretos, nem vou fazer a avaliação caso a caso.

Não o preocupa o facto de haver empresas, construtoras, que dependem totalmente dos bancos?

Pois, não conheço as situações. Sei é que em qualquer crise imobiliária os intermediários criam situações como as que vimos em Espanha. Há imensa procura em Portugal para o mercado da construção civil. Temos de recuperar os centros urbanos. Para o turismo é fundamental.

Precisamos mais disso do que do TGV?

Não me quero pronunciar sobre certos projectos. Todos sabemos que o turismo é um dos sectores em que temos vantagens comparativas a nível europeu.

O dinheiro para grandes obras públicas, como o TGV ou o novo aeroporto, não podiam ser gastos de outra forma?

Não posso acrescentar nada ao que já disse. Talvez falemos noutra altura sobre isso.

Não elevam o risco de os portugueses virem a pagar mais impostos?

Desculpem, mas podíamos parar aqui...

Não acha que as crises financeiras são cada vez mais frequentes?

Não sei se as crises estão a tornar-se mais frequentes ou não. O que é verdade é que as crises financeiras têm uma dimensão mais global. Todos esses instrumentos estavam fora do balanço dos bancos desde os anos 90, mas só agora é que se deu a crise. Mas quando bem aplicados, são muito bons. Aumentam muito a eficiência do sistema, podem ser muito úteis para fazer cobertura de risco. Têm é de ser utilizados por pessoas que sabem.

A sofisticação do sector financeiro não poderá dar a volta às actuais tentativas de maior regulação?

O regulador tem de estar um passo à frente do operador de mercado.

E está?

Muitas vezes está.

E de que precisa o regulador para estar um passo à frente?

De ter as melhores pessoas. Foi uma das coisas que falhou nos reguladores europeus. Quando vai ver as operações, o regulador tem de perceber o que está lá.

Sentiu isso quando esteve no Banco de Portugal? Que não tinha os meios necessários?

Eu acho que isso é um problema geral da regulação em Portugal. É a falta de meios. Entre 1992 e 1998 estive no Banco de Portugal. E nessa altura havia já claramente um problema de falta de recursos que o governador tinha. Para ter boas pessoas, tem de ter as condições do mercado. Veja onde estão as pessoas que sabem muito dessas matérias: estão nas auditoras.

São justas as críticas e acusações recentes que têm sido feitas ao Banco de Portugal?

Há várias críticas que têm sido feitas que apontam para problemas sérios no caso português. É preciso reforçar a capacidade do departamento de supervisão.

Mais poderes?

Sim. Por exemplo: quando se levantam processos-crime contra gestores, depois, muitas vezes esses processos não têm seguimento ao nível do sistema judicial. Por falta de uma colaboração eficiente entre o Ministério Público e o Banco de Portugal, porque muitas vezes os juízes não compreendem os problemas mais complexos. Na área da concorrência temos os mesmos problemas. É preciso que o sistema judicial se especialize.

Não sente o apelo de voltar à área da regulação?

Não sou eu que defino. São escolhas que os governos fazem."

quinta-feira, 18 de junho de 2009

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Galp aumenta os combustíveis pela 4ª vez em Junho!

A Galp acaba de aumentar à meia-noite os Combustíveis pela 4ª vez no mês Junho.

O preço da gasolina sobe quase 2 cêntimos por litro, e custa agora 1.344 €.
O Gasóleo custa agora mais 1 cêntimo por litro, passa de 1.044 € para 1.054 €.

Desde que este blog foi criado, a 18 de Março deste ano, NUNCA a Galp baixou o preço dos combustíveis. Antes pelo contrário, os combustíveis já foram aumentados desde aí por 16 vezes. No espaço de 3 meses a gasolina custa +17,5 Cêntimos, e o Gasóleo custa + 10,5 Cêntimos por Litro!

Gostava de reiterar tudo o que aqui foi dito no post sobre os dividendos tirados por Américo Amorim da Galp, que transformam estes aumentos ainda mais imorais e inaceitáveis!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Nova campanha do PSD... e da Galp!


Esta fotomontagem sobre o novo cartaz do PSD é bem ilustrativa de quem são os principais responsáveis do descalabro em que se encontra o sector dos combustíveis em Portugal.
Em primeira instância, Foi Manuela Ferreira Leite, enquanto Ministra das Finanças do Governo PSD de Durão Barroso, que a 18 de Dezembro de 2003 assinou a Portaria nº 1423-F/2003 que LIBERALIZOU o mercado dos combustíveis petrolíferos. Como se temia a única e trágica consequência deste acto irresponsável foi o aumento descontrolado e desavergonhado dos preços dos combustíveis em Portugal.

Em segundo lugar, a segunda grande responsável pelo estado das coisas a que chegamos hoje é a GALP e os seus gananciosos administradores. A Galp é e sempre foi em Portugal a líder de mercado. Em vez de dar o exemplo em tempo de crise, nada fez para a atenuar, tirando pelo contrario o maior partido disso que foi possível. Recordem-se lucros apresentados pela empresa em anos sucessivos, com números cada vez mais imorais, feitos SEMPRE a custa do roubo sobre os consumidores portugueses!

Recorde-se também que Altas Personalidades do PSD têm ou tiveram tachos dourados que foram obtidos maioritariamente em tempos de Governos PSD ou por simplesmente terem cartão deste partido. Nomes como Rui Machete (actual Presidente da Mesa da Assembleia-geral da Galp), José Honorato Ferreira (É Vogal do Conselho Fiscal), Joaquim Ferreira do Amaral (que foi Presidente do Conselho de Administração da Galp Energia), António Mexia (foi Presidente Executivo da Galp Energia, entre 2001 e 2004) e João de Deus Pinheiro (Administrador da Galp Energia, entre 2000 e 2005) figuram na justamente mal afamada lista de “tachistas” da Galp Energia e suas biografias, já publicada anteriormente neste blog.





O cartaz original da capanha do PSD:


Podem não baixar os braços, mas se é para fazer o que fizeram, e o que querem voltar a fazer ao País, mais vale ficarem quietos!

Entrada na Galp já rendeu 330 milhões de euros em dividendos à Amorim Energia

Face aos números imorais do artigo abaixo transcrito é impossível vir a aceitar mais quaisquer aumentos dos preços dos combustíveis de ânimo leve.
O estado (e mais concretamente este Governo PS de José Sócrates) ofereceu de bandeja a Américo Amorim MIL MILHÕES DE EUROS só pela incorrecta avaliação das participações da Galp na altura da venda. Se a isto lhe juntarmos tudo o que Américo Amorim ganha nas remunerações aos accionistas, que é o próprio quem decide por ser vogal do conselho de remunerações da Galp, temos um bolo gigantesco que vem directamente do bolso dos portugueses!

É inaceitável esperar mais por medidas objectivas e efectivas para deter este roubo de que estamos todos a ser alvo!

Se fossemos gregos ou franceses, com o que se sabe neste artigo e mesmo que os preços dos combustíveis estivessem a metade do preço que efectivamente hoje estão, hoje já teríamos centenas de postos de combustível da Galp apedrejados e incendiados…

Acabem com o
GAMANÇO!




Do Site do
Público, Por Luís Villalobos

"O consórcio da Amorim Energia, que reúne Américo Amorim, Sonangol, Isabel dos Santos e Caixa Galicia, já arrecadou cerca de 330 milhões de euros em dividendos (brutos, sujeitos a impostos) desde que entrou no capital da Galp Energia.

Este valor equivale a perto de 20 por cento do capital investido na compra da posição de 33,3 por cento a entidades como a EDP - Energias de Portugal e à REN - Rede Eléctrica Nacional, e que totalizou cerca de 1,7 mil milhões de euros. Hoje, essa posição vale cerca de 2,7 mil milhões, já que a capitalização bolsista da empresa é da ordem dos 8,2 mil milhões de euros.

O encaixe de 330 milhões de euros foi efectuado em apenas quatro anos, começando a partir das contas de 2005. Em 2006, já com o consórcio da Amorim Energia como accionista, a Galp aprovou um dividendo de 0,27 euros por acção referente ao exercício anterior, valor que subiu depois para 0,30 euros (exercício de 2006) e para 0,32 euros (2007 e 2008).

Os accionistas, onde que se incluem ainda os italianos da ENI, com outros 33,3 por cento, a Parpública (sete por cento) e CGD (um por cento), estando o resto disperso em bolsa, receberam agora o dividendo final relativo a 2008, já que a Galp Energia não paga este prémio de uma só vez.

No caso da Amorim Energia, é o próprio Américo Amorim quem tem ganho mais dinheiro em dividendos, já que detém, indirectamente e através de várias empresas, cerca de 14 por cento da petrolífera. Ao todo, o empresário já recebeu perto de 139 milhões de euros através da redistribuição dos lucros.

Segue-se a Sonangol, que, através dos nove por cento indirectos do capital da Galp Energia, via Esperaza, encaixou 90 milhões de euros. Quanto a Isabel dos Santos (filha do Presidente de Angola), é a quarta maior accionista com seis por cento indirectos, também via Esperaza, tendo recebido cerca de 56 milhões de euros.

Participação confirmada
A inclusão da empresária angolana no consórcio da Amorim Energia foi confirmada ao PÚBLICO por diversas personalidades ligadas à empresa, segundo as quais a filha do Presidente angolano é parceira da Sonangol na Esperaza, empresa com sede na Holanda (tal como a Amorim Energia), detendo 40 por cento do capital.

Apesar de existirem algumas referências na comunicação social à existência de uma participação da empresária, até agora não era claro o peso de Isabel dos Santos na empresa e a forma como decidira investir.

O relatório e contas da petrolífera referente a 2008 diz apenas que a Esperaza é "controlada pela Sonangol", tendo mesmo chegado a afirmar, no relatório de 2006, que a empresa era detida "a 100 por cento" pela Sonangol.

Segundo informações recolhidas pelo PÚBLICO, o consórcio formado por Isabel dos Santos e pela Sonangol opera também no negócio do gás natural em Angola, além de ter sido incluído na lista de empresas pré-qualificadas (não operadoras) no leilão de novos poços de petróleo angolanos. Este leilão, que acabou por ser interrompido, deverá ser retomado este ano ou no próximo.

Apesar do encaixe substancial que os accionistas receberam em dividendos nos últimos anos, o ritmo de distribuição de lucros vai ter de abrandar devido à necessidade de investir nas operações de pesquisa e prospecção do Brasil.

A empresa decidiu que, a partir de agora, o dividendo será de 0,20 euros por acção, canalizando parte dos lucros para investir em projectos como o de Tupi sem a necessidade de um aumento de capital."

sábado, 13 de junho de 2009

Galp aumenta o Gasóleo, 2 dias depois, pela terceira vez esta semana!

A Galp aumentou em meio cêntimo o preço do gasóleo ontem à meia-noite. Este foi o aumento em 4 dias. O gasóleo custa agora 1.044 €, mais 4,6 cêntimos por litro que na semana passada.

Estão anunciados por toda a comunicação social novos aumentos para a próxima semana. Pelos vistos, acabou a crise no reino longínquo dos senhores do petróleo. Por cá não se nota nada.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Programa Eleitoral do Bloco de Esquerda - Capítulo da Energia

"O Bloco de Esquerda colocou em debate público o seu programa eleitoral. Da primeira fase de debate, a Mesa Nacional do Bloco elaborou um primeiro guião para o programa para ser submetido a uma segunda ronda de discussão. As sugestões e propostas, de alteração, de acréscimo, de argumento, estão abertos a todas e todos quantos queiram participar. O texto do programa será finalmente apreciado pela direcção do Bloco de Esquerda em finais de Junho."

Não tendo este blog qualquer ligação ao Bloco de Esquerda, coloco aqui um excerto deste guião do programa eleitoral. Apenas a parte que diz respeito ao sector energético, pois vale a pena ler e sobre ela reflectir.
Chamo ainda à atenção para a parte onde se expõe o jogo de interesses que esteve e está por detrás da privatização da Galp.


"5. Uma estratégia de nacionalização da energia


"A política das privatizações tem conduzido a um desastre económico e à desregulação social: as privatizações asseguram uma gigantesca transferência de riqueza e de capacidade de produção para o sector privado, degradando frequentemente os serviços públicos. Em particular, as privatizações do sistema financeiro, da energia, das águas, dos transportes, das comunicações, têm-se traduzido em perdas para os consumidores, tanto em preço como em qualidade dos serviços.

Ao longo dos últimos anos, é sobretudo no sector da energia que se têm concentrado alguns dos maiores negócios de privatização e de transferências de propriedade. Nesse sector, as principais empresas são as da electricidade, do gás e da refinação e distribuição de combustíveis.


CAIXA Os negócios da energia A EDP é uma das mais poderosas empresas nacionais, sendo dona de partes de outras empresas estratégicas. O Estado possui cerca de 30% da EDP; uma empresa espanhola, a Ibrerdrola, cerca de 4%; o restante está dividido em participações menores e no mercado accionista.

A Galp domina a distribuição de combustíveis. Esta empresa, que o governo Barroso-Portas prometeu ao Grupo Carlyle, é um dos símbolos das grandes operações da privatização. Uma parte da Galp já tinha sido vendida a um consórcio de empresários portugueses, mas por pressão do ministro Pina Moura foi entregue a uma empresa italiana, a ENI, que depois se disponibilizou para trocar essa parte da Galp pela participação no negócio do gás. O governo Barroso negociou então com o Grupo Carlyle a sua entrada na Galp. Confrontado com o escândalo, pois o Grupo Carlyle, que é propriedade de financeiros anónimos – embora se conheça a presença de alguns milionários sauditas, entre os quais a família Bin Laden, e os interesses da família Bush – pretendia voltar a vender a Galp passados poucos anos, o governo teve que recuar e ceder as acções a um outro consórcio, a Petrocer. Mas o problema não acabou aqui: a Petrocer pretendia pagar as acções com os dividendos da própria empresa, beneficiando assim de favores fiscais e não gastando o seu dinheiro. Entretanto, a venda desta parte da Galp está a ser contestada em tribunal por alguns dos concorrentes derrotados.

No entanto, era somente o início das dificuldades legais: a ENI, que trocava a sua participação na Galp por uma parte na gestão do gás, é agora obrigada a recuar porque a União Europeia impediu esse negócio dado conduzir a uma concentração inaceitável. Em todo este dossier, o governo Durão Barroso demonstrou uma enorme incompetência, porque ignorou que a União teria que avalizar um negócio de fusão decidido já há um ano e meio.

O resultado destes negócios e desta política estão agora à vista. Num sector que representa uma das principais dependências estratégicas do país, que é deficitário na produção de energia, a privatização criou mais vulnerabilidades, ao mesmo tempo que garante a estas empresas uma renda que podem sempre aumentar, na medida em que controlam os preços ao consumidor, e que estes têm subido todos os anos muito acima da inflação – sendo aliás este um dos principais factores inflacionários em Portugal, porque afecta o custo da indústria e os preços dos transportes, encarecendo todas as mercadorias. FIM DA CAIXA



A nacionalização da produção e distribuição da energia permitirão uma política séria para a redução da dependência energética do país, concentrando as melhores capacidades técnicas no essencial: a conservação de recursos, a generalização da utilização do gás natural enquanto for para o automóvel o substituto disponível face a outros combustíveis fósseis mais poluentes, a promoção de formas de energia mais limpas, menos poluentes e renováveis, permitindo ainda o controlo social dos preços no consumidor, em tempos de enorme turbulência dos mercados internacionais.

Através do domínio estratégico das empresas da electricidade, gás e combustíveis, é ainda possível responder a uma necessidade fundamental: a passagem de um modelo de consumo baseado no uso intensivo de energia, o que requer o uso dos recursos fósseis (ou nucleares), para um modelo baseado na eficiência energética. Só será possível promover esse modelo de eficiência e promoção de alternativas se os modelos energéticos forem dissociados da rentabilização das empresas monopolistas para determinarem os dividendos dos seus accionistas.

Assim, o Bloco defende que os objectivos mais ambiciosos de alteração do padrão do consumo de energia devem ser priorizados: apesar de sermos o país com mais dias de sol, somente uma pequena parte da energia consumida é produzida em painéis fotovoltaicos, que deviam ser a norma para a construção civil e para os equipamentos públicos; deve ser corrigido o objectivo fixado para 2012, que é o regresso aos níveis de 1990 em termos de distribuição de fontes energéticas (39% de energias alternativas), sendo elevado para os 50%.

O Bloco bater-se-á desde já pela defesa do direito de ligação à rede e usufruto de tensão, frequência e disponibilidade de potência e continuidade de fornecimento sem interrupções; defenderá um preço único em todo o país e a preservação dos direitos inerentes aos serviços públicos essenciais, nomeadamente de informação aos consumidores, padrões de qualidade, pré-aviso de corte de energia, quitação parcial e proibição de consumos mínimos e cauções. O Bloco propõe assim a consagração de um "direito à energia garantida", de modo a que os cidadãos em situação de desemprego, reforma, rendimento mínimo garantido ou consumos muito baixos tenham direito a tarifários especialmente favoráveis."

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Galp volta a aumentar o preço dos combutíveis, apenas 2 dias depois.

Para comemorar o dia de Portugal a GALP voltou a aumentar o preço dos combustíveis hoje à meia-noite.
O gasóleo subiu mais 2 cêntimos (já lá vão +4 cêntimos por litro esta semana) e custa agora 1,039€.
A gasolina 95 passou de 1,314 €, para custar 1,328€ por litro.

Toda a comunicação social continua a dizer que para a semana há mais aumentos, com este andar vamos muito rapidamente alcançar o máximo histórico de 1,50 € por litro, estando o preço do barril de petróleo nos mercandos internacionais a menos de metade do preço máximo atingido em Junho de 2008.

Não parem rapidamente o Gamanço que não é preciso...

terça-feira, 9 de junho de 2009

Do jornal da noite da Sic, quando o barril petróleo já toca os 70 dólares outra vez...

Home - O Mundo é a Nossa Casa.

Na azáfama das eleições dos últimos dias deve ter escapado aos mais distraídos (como me escapou a mim) a estreia mundial do Documentário Home que aconteceu no passado dia 5 de Junho.

Estreou ao mesmo tempo em 50 países e ao mesmo tempo também nos cinemas, na televisão, em dvd e na internet.
O documentário é sobre o nosso planeta desde a sua criação até ao momento actual e procura alertar as consciências para a vida, a nossa e a de tudo os que nos rodeia e o equilíbrio frágil entre ambas. Realizado pelo fotógrafo e jornalista francês Yann Arthus-Bertrand o filme é composto por belíssimos planos e imagens aéreas de mais de 50 países do mundo, desde as zonas mais remotas como a Antárctida, Madagáscar ou o Ruanda até as zonas mais densamente povoadas e desenvolvidas como Tokyo ou Los Angeles.

Não tendo directamente a ver com o tema deste blog, o problema dos combustíveis fosseis é também abordado lançando preocupações alarmantes.

É um Documentário que vale mesmo a pena ver. Se tiverem tempo agora, façam-no já, se não, não deixem de o ver hoje à noite. Amanha no máximo. Não dá para adiar muito pois apenas está disponível gratuitamente na Internet até ao dia 14 de Junho.

É um documentário Incrível.

Abaixo ficam os Links:

Do site Oficial.

Do Canal do Youtube, onde está disponível a versão integral em Inglês, Francês, Alemão e Espanhol em HD.

Link do Youtube da versão portuguesa.

Link da Versão portuguesa em Alta de Definição, disponível para Download através do Site thePirateBay.org, cujos criadores recentemente elegeram um eurodeputado na Suécia através do seu “Partido Pirata” com 7% dos votos, e cuja grande proposta de campanha é lutar pelo fim das restrições na internet. Aproveito para aqui saudar e me solidarizar com esta causa.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Transportes: Vencedor da guerra com o Governo luta agora contra a crise para sobreviver

Lisboa, 08 Jun (Lusa) - Um dos heróis da greve dos transportadores por causa do preço dos combustíveis há um ano tenta agora sobreviver a uma crise global, com gasóleo mais barato mas também menos produtos para transportar.

"Estamos bastante afogados com a crise que existe porque hoje em dia o combustível está mais baixo mas não ao preço que deveria estar. Vemos fábricas a fechar e há menos produção e nós somos os primeiros a sentir os sinais do mercado", disse à Lusa Silvino Lopes, presidente da Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas (ANTP), criada há um ano após a greve dos camionistas.

"Enquanto a economia não retomar não vemos o futuro com bons olhos", acrescentou o empresário, que defendeu a isenção do Pagamento Especial por Conta como forma de o Governo ajudar as empresas a ultrapassar a crise, um ano após ter mobilizado o sector contra os elevados preços dos combustíveis.

Como resultado, o país parou entre 09 e 11 de Junho, com estradas nacionais bloqueadas por centenas de pesados de mercadorias, supermercados sem produtos, gasolineiras sem combustíveis a ponto de serem racionalizados pelas autoridades e bombeiros a limitar as saídas de emergência.

Face à instabilidade, vários camiões foram apedrejados e incendiados um pouco por todo o país e um camionista morreu em Alcanena.

Silvino Lopes, agora 33 anos e dono de uma pequena empresa de transportes em Porto Alto (Benavente), foi catapultado para líder de um movimento quase espontâneo que se opunha àquilo que considera ser a apatia da associação do sector.

A primeira etapa, uma reunião no Carregado, juntou duas centenas de empresários. Depois, foram agendadas reuniões nacionais e quando os camionistas pararam, o país parou, obrigando mesmo as forças de segurança a protegerem o transporte de combustíveis prioritários.

"Estava em causa a manutenção das empresas e os postos de trabalho", sublinhou o empresário, que passou cinco dias sem dormir.

Visto por uns como "herói" e por outros "vilão" de um movimento que deixou o país parado, Silvino Lopes recusa contudo quaisquer protagonismos, considerando que apenas foi "um dos interlocutores junto da opinião pública"dos pequenos empresários que, com menos veículos, não conseguiam negociar preços mais baixos e não viam os seus interesses serem defendidos pela ANTRAM (Associação Nacional dos Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias).

Ao fim de um ano, o transportador defendeu que a luta surtiu efeitos.

O Governo veio a implementar medidas desde há muito reivindicadas pelo sector, depois de o primeiro-ministro vir reconhecer o "Estado vulnerável" perante este protesto sem precedentes
Descontos nas portagens à noite, mais formação profissional, descontos fiscais e a majoração das despesas de combustíveis foram algumas reivindicações que o Governo veio dar resposta.

FYC

Lusa/Fim

(Retirado do Site do
Expresso Online)

Galp aumentou a o Gasóleo e a Gasolina

Passadas que estão as eleições europeias, e a derrota histórica do Partido Socialista de José Sócrates, a Galp aproveitou logo para aumentar os preços dos combustíveis.
Aumentou finalmente o preço do Gasóleo que passou de 0,999 € para 1,019 € (+2 cêntimos).
A gasolina passou a barreira do 1,30€, e o seu preço fixa-se em 1,314 €.

Com o governo a entrar claramente num período de gestão até as eleições legislativas, temos motivos para ficar apreensivos dada a escalada dos preços dos petróleo no ultimo mês e a consequência que estes aumentos vão ter na reacção das petrolíferas portuguesas aos mesmos.
Lembremo-nos que quando no ano passado o petróleo bateu todos os recordes de preço por barril, a Galp obteve o maior lucro da sua história (478 MILHÕES DE EUROS). Sem um poder politico forte, que saiba impor limites claros à ganância, estamos todos expostos ao delírio dos especuladores que administram as empresas petrolíferas.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Breve comentário da notícia abaixo publicada e outras notas

As bases que fundamentam esta notícia são tão fortes como as das previsões meteorológicas a um mês. Se na semana passada tivesse chovido como nesta, o preço subiria na mesma. É preciso apenas arranjar uma desculpa diferente para que o mesmo de sempre aconteça.


Entretanto, numa breve passagem pela cidade de Londres pude verificar que o preço da gasolina era de 1,038 £ e o gasóleo custava 0,998 £, ou seja se uma Libra Esterlina Britânica vale neste momento 1,14 €, os preços são respectivamente 1,183 € e 1,137 €.

Como termo de comparação para o incomparável custo de vida britânico e português, um típico Paint (copo de meio litro de cerveja) que se vende em qualquer pub não custa na cidade de Londres menos de 3,3 £ ou seja 3,76 €. Meio litro de imperial arranja-se no Bairro Alto, onde a cerveja não é barata, a um euro e meio…

Daqui se podem tirar várias conclusões. Pagamos mais 11 cêntimos pela nossa gasolina cá do que os ingleses pagam pela deles onde o custo de vida é mais do dobro.
A diferença de 30 cêntimos entre o preço da gasolina e do gasóleo é inaceitável e ESCANDALOSA. O preço nos mercados internacionais em NADA justifica esta diferença. Como já o afirmei aqui, as famílias portuguesas estão a pagar (e bem caro) o silêncio cúmplice das transportadoras face ao aumento injustificado dos combustíveis.

Em tempo de eleições e em vésperas de santos populares não convinha nada ao PS ter o país outra vez bloqueado porque os seus amigos “tachistas” da galp não sabem abrandar por nada o Gamanço, e então a alternativa é roubar mais ainda aqueles que não têm nem voz, nem o poder para bloquear o País.

Com isto tudo não consigo perceber como é que as sondagens continuam a dar 70% de votos no Bloco Central. A nossa voz é pouca, mas se não a fizermos ouvir, e mostrar que sem qualquer margem para dúvidas que as politicas têm de mudar, NADA VAI MUDAR.

Façam um favor a vocês próprios, aproveitem as poucas oportunidades que têm para ser ouvidos. No domingo vão votar, e por favor, não metam a cruz em nenhum dos 2 espaços reservados para o Bloco Central.

Combustíveis voltam a subir na próxima semana

Do Site do Jornal de Negócios, por Sara Antunes

"Avistam-se novos aumentos dos preços dos combustíveis na próxima semana, depois de esta semana se ter verificado subidas das matérias-primas nos mercados internacionais. A subida do euro contra o dólar atenua a valorização dos combustíveis.

Considerando os preços médios semanais, em euros, a tonelada de gasóleo encareceu mais de 5,5% para os 414,35 euros. Uma subida atenuada precisamente pela valorização do valor médio semanal do euro contra dólar.

A tonelada da gasolina está a subir menos do que o gasóleo, mas ainda assim está a acumular uma valorização média superior a 3% esta semana.

As subidas dos preços destas matérias-primas estão muito relacionadas com as expectativa de que a economia mundial recupere mais depressa da actual recessão.

Alguns dados económicos divulgados ao longo da semana, aumentaram a convicção de que a deterioração da economia está a abrandar, o que eleva as expectativas para que a recuperação esteja próxima, ou que pelo menos, o pior já tenha passado."