quinta-feira, 18 de março de 2010

Energia é "um dos factores de grande desequilíbrio"

Do Site do Diário de Notícias


As palavras do Ministro Luís Amado, são surpreendentemente acertadas e têm mais sentidos do que o próprio tinha consciência quando as proferiu.
A Energia é de facto "um dos factores de grande desequilíbrio" do País, mas o maior problema não é o das exportações. O Sector da Energia é neste momento um dos maiores responsáveis pelo desequilíbrio e desigualdade social deste país. Com os preços dos combustíveis ultra inflacionados há portugueses que abdicam de muita da sua qualidade de vida para conseguirem pagar um meio de transporte que todos os dias os leve ao trabalho. Há gente a ganhar muito dinheiro com este assalto, e outros há que se vêm obrigados a pagar aquilo que não têm para continuar a levar a sua vida de todos os dias.

"O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, destacou esta noite, no Porto, que "a energia é um dos factores de grande desequilíbrio" da economia nacional, porque Portugal não exporta para os países a quem compra gás e petróleo.

"Muita atenção aos países que nos fornecem gás e petróleo porque a energia é um dos factores de grande desequilíbrio que o nosso país conhece", afirmou o governante durante a sua intervenção na última das Conferências do Palácio, organizadas pela Associação Comercial do Porto.

Aproveitando a presença do empresário Américo Amorim, Luís Amado contou ter identificado um "facto muito aberrante" nas facturas de importações da Galp.

"Quando iniciei funções eu tive a preocupação de pedir à Galp a fatura das suas importações para identificar esse facto muito aberrante de não vendermos aos países a quem compramos petróleo e gás", salientou.

Amado explicitou mesmo que Portugal apresenta "défice extraordinário na balança comercial" que resulta num "peso duplo" sobre si "desequilíbrio macro económico" e sobre a sua "balança de pagamentos".

"É que não só compramos muito, porque estamos totalmente dependentes em energia fóssil, como ainda por cima não temos nenhuma contrapartida, porque não há relações de exportação para esses países, nem há relações de investimento com esses países", lamentou.

Uma das prioridades dos próximos anos da política externa será, por isso mesmo, a de "reequilibrar a relação com esses países" de forma a "fazer deles mercados também importantes" para a exportação e investimento nacionais.

Outras prioridades, elencou, passam por "apoiar a recuperação económica do país" e "reforçar a sua participação no sistema internacional".

A isto acresce a pertinência em ter relações "mais ambiciosas com os BRIC's (Brasil, Rússia, Índia e China) e outras economias com grande potencial de expansão nas próximas décadas", além da necessidade de dar atenção não só à projeção da língua portuguesa, mas também à afirmação de Portugal no contexto europeu e ao processo de renovação da agenda transatlântica.

"Do meu ponto de vista, falta-nos um sopro de ambição para estruturar de forma mais consequente as relações com as outras regiões do mundo que estão a emergir e a afirmar-se como os pólos de poder da globalização", sublinhou.

Ainda assim, o ministro dos Negócios Estrangeiros acredita que "o País tem um enorme potencial de afirmação no mundo", mas precisa de "resolver o problema que é a produção de riqueza no País".

"Nós não seremos capazes de resolver o problema da dívida se não formos capazes de resolver o problema da produção de riqueza", garantiu.

"Se formos capazes de resolver este problema, e ao mesmo tempo reposicionarmo-nos no novo sistema que está em gestação em termos internacionais, não tenho dúvida nenhuma de que Portugal poderá, nas próximas décadas, ter um lugar mais destacado no ranking das nações", concluiu."

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